sábado, 3 de abril de 2010

A rosa


Bem, essa semana foi a volta ao mundo maluco depois de um final de semana de questionamentos, amorosidade, conexão, troca e diversão. Sim, acabei indo para o Retiro de espiritualidade na arte. E foi muito bom. Descobri muitas coisas sobre mim e minha amorosidade que compartilharei no decorrer do texto.
Num certo momento do retiro, o Padre nos aconselhou à sairmos para caminhar na natureza. E lá fui eu ver onde isso iria me levar. Eu adoro a natureza principalmente quando minha mente não está ocupada o suficiente para admirá-la. E caminhando por árvores, grama, animais eu me deparei com um jardim, com diversas flores... E contemplei-as. Sim, muitas coisas lindas estão presentes quando se abre o coração. Mas isso não foi o que me chamou à atenção. O que me incomodou e muito foi o fato de terem rosas lindas por lá e muitas eu não conseguia ver seu botão, suas pétalas. Tudo porque elas estavam envergadas para baixo. E eu tinha que agachar e pegá-las delicadamente para poder ver sua beleza. E isso me fez pensar em quantas pessoas não escondem sua beleza andando envergadas pela rua. Talvez porque não queiram ser vistas, talvez porque não se vejam como realmente são, lindas. Naquele momento eu me voltei para mim e percebi que eu não vejo a minha beleza, eu ando envergada para baixo quase como envergonhada de ser quem sou, de ter os defeitos que tenho. Mas porque eu sempre me foco em meus defeitos? Porque é tão difícil enxergar as qualidades, enumerá-las? Os meus defeitos, eu sei de cor, sei muito bem listá-los, mas quando me perguntam em que eu sou boa não sei responder mais que três qualidade. Quando me falam eu não acredito, quando me elogiam eu não aceito. Talvez porque na sociedade é tão raro receber elogios. Talvez eu tenha sido criada para ver meus defeitos e melhorar. Mas percebo que eu enfatizar meus defeitos não me levará à nada, porque isso só me fará sentir mal comigo mesma. Qual o problema de valorizar minhas qualidades? Qual o problema de encontrar minhas qualidades. Posso falar agora de proporções, o meu conhecimento sobre meus defeitos é inversamente proporcional ao meu conhecimento sobre minhas qualidades. Isso quer dizer eu tenho uma lista imensa e conhecida dos meus defeitos, não todos, mas muitos. Mas a minha lista de qualidades por mais que exista não é conhecida. Não sei quais são minhas qualidades. Sei sobre o que me diziam e dizem: você não é boa com números, você não é boa com artes manuais, você é estabanada, desajeitada. E quer saber? Sempre levei isso como verdade absoluta, mas nesse final de semana descobri coisas valiosas. Eu sou boa com pintura sim, posso ser delicada sim. Até dançar eu sei! Tudo porque eu estava aberta para a minha amorosidade, para a amorosidade do Universo eu percebi que eu posso ser quem eu quero ser, e até mais, posso ser quem eu nunca acreditei ser capaz. Posso mudar completamente minhas crenças, minha realidade ilusória que limita minha vida. E quando eu me abro à isso eu percebo que minha lista de qualidades aumenta, e eu me modifico, eu me reconheço, eu me amo. E talvez quando eu me sentir rejeitada novamente não irei pensar: quais os defeitos me fizeram chegar à este momento e sim quais as qualidades que me fazem sair desse momento? Ou ainda não fui rejeitada por ter muitos defeitos e sim qualidades demais. E qualidades nunca são demais então, seguirei com minha vida à procura de alguém que não se ofusque com minha Luz nem se perca na minha sombra.

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