quarta-feira, 21 de abril de 2010

A INFLUÊNCIA DA AUTOESTIMA


por Willes S. Geaquinto - willesterapeuta@bol.com.br


I

A autoestima é uma necessidade humana fundamental e, independente do conhecimento que tenhamos dela ou do nosso consentimento, ela está sempre presente em nossa existência. Definida de maneira sucinta e clara, a autoestima é o conceito íntimo de valor que possuímos a respeito de nós mesmos e que expressamos a todo tempo e lugar.
Destarte, quer estejamos conscientes ou não da qualidade de nossa autoestima, ela afeta sobremaneira o nosso modo de viver; motivando nosso sucesso quando positiva e fomentando nossos fracassos e sofrimentos quando negativa.
Portanto, a essencialidade da autoestima está intimamente ligada ao nosso grau de autosatisfação, isto é, se aspiramos uma existência onde paulatinamente possamos atingir um grau elevado de satisfação ou realização pessoal, não podemos prescindir de conscientemente investir em seu aprimoramento.

Lembrando ainda, que a autoestima possui uma via de mão dupla, ou seja, se por um lado ela influencia nossas atitudes, do outro, ela se nutre destas mesmas atitudes; o que equivale dizer que, reciprocamente, quando melhoramos o patamar da nossa autoestima damos qualidade às nossas posturas e vice-versa.
Nathaniel Branden, psicólogo americano, autor de estudos e livros sobre o assunto, diz o seguinte a respeito da influência da auto-estima: “A autoestima, quando plenamente realizada, é a vivência de que somos adequados para a vida e suas exigências.

Especificamente, auto-estima é: confiança em nossa capacidade de pensar; confiança em nosso direito de vencer e sermos felizes; a sensação de que temos valor, e que merecemos e podemos afirmar as nossas necessidades e aquilo que queremos alcançar nossas metas e colher os frutos dos nossos esforços”.

Em sendo assim, quando não realizamos nossa autoestima, ou seja, quando não a valorizamos e deixamos que ela permaneça em desequilíbrio, menos desejamos e menos conseguimos, pois, a falta de clareza daquilo que realmente é bom e satisfatório para nossa vida será sempre um obstáculo ao nosso crescimento.
Portanto, com a autoestima baixa a probabilidade de que desistamos dos nossos objetivos é praticamente certa, pois, nos faltará a confiança necessária para desprendermos todo o esforço que poderíamos dar em prol daquilo que almejamos; os desafios tornam-se assustadores quando nossa auto-estima está em desequilíbrio. Porém, se ela for positiva maior será nosso grau de coragem e persistência diante das dificuldades, maior será também nossa autoconfiança para dar o nosso melhor para realizarmos os nossos propósitos na vida.
Boa Reflexão e viva consciente.


II

“Confiar nas próprias idéias e
saber-se merecedor da felicidade
é a essência da auto-estima”
Nathaniel Branden

Certa vez, tive um cliente dependente químico que, durante algum tempo, ao fim de cada sessão, me dizia: “... o que é que eu tenho que mentalizar para mudar minha autoestima?”. E eu sempre lhe respondia: “Não basta apenas mudar o pensamento, é preciso também realizar mudanças, mesmo que pequenas, em suas atitudes diárias visando manter o seu bem-estar”. Quando passou a agir assim, abandonando gradativamente os pensamentos e as posturas que não lhe eram saudáveis, ele resgatou, juntamente com a sobriedade, o seu equilíbrio existencial.
Às vezes, autoestima é compreendida pelas pessoas sob diversas formas, algumas a vêem como um dom ou valor que uns poucos possuem, outras acreditam poder obtê-la através de mudanças superficiais, ou que ela possa ser conquistada apenas através da mentalização de sentenças positivas, etc. É até possível que esta última prática ajude, mas, efetivamente a autoestima se realiza, num primeiro momento, pela transformação interior onde a elaboração mental consciente é fundamental, e, depois, pela prática de ações afirmativas que demonstrem, por exemplo, consciência, autoconfiança e, sobretudo, amor e respeito pela própria vida.

A autoconfiança é um importante elemento da autoestima; não possuí-la significa viver sob a influência do derrotismo, do fracasso antecipado. Daí que para se instituir autoconfiante, antes é necessário confiar realisticamente em seus próprios valores e idéias, além de estar convicto de sua competência pessoal, pois, só assim haverá motivação suficiente obter conquistas e mantê-las. Demonstrar confiança em si próprio é fundamental para que as pessoas também confiem em você. Da mesma forma, é necessário respeitar-se a si mesmo, para que os outros também o respeitem. Os que estão à sua volta, na maioria das vezes, tratam-no da maneira como você se trata.

Em síntese, não há como negar que qualidade da autoestima tem profunda influência em todos os setores da existência humana, seja na família, no trabalho, no trato com as pessoas em sociedade, nas relações íntimas e pessoais, enfim, em todo tempo e lugar. Observe: quando sua autoestima está baixa você tende a ser pouco exigente com o que dá para si mesmo e com o que recebe dos outros; contenta-se com pouco e não se sente merecedor de algo mais. Por outro lado, quando sua autoestima está em equilíbrio você se sente estimulado a buscar novos desafios, a ser mais exigente, a estabelecer objetivos mais elevados e de maior relevância, a valorizar e cuidar melhor de você.

Enfim, a autoestima, além de ser determinante para o equilíbrio psíquico-emocional e físico, está intimamente ligada ao grau de satisfação das mais diversas necessidades humanas. Então, se o seu propósito é obter da vida o maior grau de auto-satisfação, renove e qualifique o conceito que tem de si próprio, deixe fluir suas qualidades e realize ações produtivas e edificantes que reforcem sua autoestima todos os dias. Isto não é receita pronta, mas é um bom princípio.

Boa Reflexão e viva consciente

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