domingo, 28 de novembro de 2010

Não estamos sozinhos - Capítulo 10 por Márcio Lupion - marcio@kallipolis.org

A clarividência se manifesta com o esquecimento de si mesmo...
O monge aprendiz, agora vivendo em uma "nova realidade" repleta de "ventos líquidos" e matizes multicoloridas, cores de altíssima vibração que emitiam som. Era uma música indescritível e que parecia ter vida própria, porque literalmente tudo à sua volta vibrava e respondia aos sentimentos mais sutis.
Uma felicidade infantil estava presente em cada segundo, como se vê na alegria de crianças que exploram o mundo pela primeira vez, e tudo isso passou a ser a base do cotidiano. Também era percebida uma estranha dualidade, pois ao mesmo tempo em que gostaria de mostrar tudo isso a todos que encontrava, aos amigos e, principalmente, aos descrentes, sabia no íntimo que poderia e seria ridicularizado mais uma vez. Não valeria a pena... com toda esta bem-aventurança, o Marcio estava vivendo um dos momentos mais solitários da sua vida.
O sentimento de perceber que nós emprestamos uma corrente energética aos objetos era realmente fantástico; que cada emoção tem uma cor como também um tom sonoro diferente, fazia toda a vida ganhar sentido. Nada ficou despercebido, tudo passou a importar muito, não havia mais tempo jogado fora, não existia mais a sensação de desperdício.

Os antigos egípcios viam a realidade possivelmente assim, pois quando chegamos com um grupo de alunos ao deserto de Saquara, ao percebermos uma quantidade de cacos e mais cacos de objetos cerâmicos na areia, perguntamos ao nosso paciente guia o porquê de tantos cacos e ele respondeu: - Ah... esses objetos cerâmicos foram jogados no chão para quebrar, pois no momento em que esses objetos se quebram, a utilidade deles se perde, assim sendo a sua energia vital volta para o outro mundo.
Exatamente como quando o corpo físico perde a utilidade e a nossa consciência se transfere para um novo corpo em outro plano.

Estava tudo caminhando às mil maravilhas até que em um determinado dia, passei pela faculdade, onde fui entregar alguns trabalhos.
Caminhei até o porão do prédio em que ficava o diretório acadêmico, olhei desatentamente para um canto qualquer, onde alguns colegas estavam dormindo no escuro, muito escuro; lá colocavam alguns colchões e almofadas e no meio daquela escuridão percebi movimentos, parecia que as sombras tinham ganhado vida, de repente, alguém estava se levantando entre as almofadas, olhou para mim e sobre os ombros dele percebi uma forma bizarra, uma forma feita de fumaça líquida escura, como fumaça de borracha pegando fogo, e quando eu olhei para aquele ser, aquela fumaça tinha olhos e com um pouco mais de cuidado dava para ver as mãos e os pés, este ser ficava sentado como um bebê nos ombros do pai, com as mãos e braços apoiados na cabeça do meu colega, o mais impressionante era que os olhares, tanto daquela entidade, quanto o dele, tinham o mesmo brilho embaçado, os dois respiravam da mesma forma, os gestos eram iguais, quando a entidade bocejava, ele também bocejava.

O colega andava arrastando os pés como se realmente carregasse um peso, o pescoço arqueado para frente e na barriga dele algumas situações realmente inusitadas que não lembro de ter visto em livro nenhum. Da sua barriga saía fumaça em forma de serpente, ou em forma de sanguessugas.
Quando olhei para aquela cena toda, deu para sentir realmente porque meu colega tinha tanto sono, provavelmente ele cedeu, em alguns momentos, para algum tipo de vício, que não me cabe entender nem julgar em momento algum. Mas dava para ver que ele era visitado por uma entidade que morava praticamente em cima dele, em alguns momentos ela desaparecia e surgia novamente em seu olhar. Fiquei realmente muito assustado... aquele ser percebeu, de alguma forma que desconheço, que eu estava conseguindo vê-lo.
Meu colega passou por mim e aquele ser ficou me olhando, tive que fingir que nada estava acontecendo. A entidade ficou olhando para trás o tempo inteiro e senti medo, um medo desconhecido, tremedeira, um suor profundo, meu corpo inteiro arrepiado, lembro que larguei o meu trabalho para trás, e fui até o ashram, bati na porta, incomodei nosso mestre, e no momento em que entrei suando e passando muito mal, ele me olhou e disse:

- O que foi Satyananda?

Mestre, acho que eu vi um demônio, acho que eu entendi o que é o mal, o mal inercial, aquele mal que não sai de perto das pessoas. Eu estou começando a ver pensamentos com formas.
- Não, você não viu pensamentos, você viu um visitante - disse meu mestre, e eu ainda perguntei:

Mas por que eu vi isso? Se eu medito, recito mantras, e vivo uma vida de entrega a Deus?

- Você viu isso porque isso está lá, essas coisas estão lá, as pessoas é que não vêem, as pessoas é que não querem ver.

E eu continuei: - Mas esse ser não era o meu colega.

- Não, não era, mas o seu colega e ele entraram em unidade em algum tempo, e agora cabe ao seu colega retirar o visitante no dia que ele desejar; ele convidou e é ele que tem que retirar.
Mestre o que eu faço?

- Você vai continuar um tempo na condição da clarividência, e depois vai ter que continuar o seu caminho e vai diminuir a visão desses reinos.

Desse dia em diante, compreendi que tanto os anjos percebidos nas nuvens, nos brilhos, nos sorrisos das crianças, sempre estão presentes, como também o lado negro e, nesse dia, percebi que aquelas gárgulas, aquelas formas de demônios, de bestas pousadas, paradas, esculpidas em pedras nas paredes das catedrais góticas, não são e nunca foram alegorias decorativas...

Nova atitude diante da vida por Teresa Cristina Pascotto - crispascotto@hotmail.com

Mesmo que vivendo no nosso "velho mundo", sentindo-o e experimentando-o com as mesmas reações negativas, as mesmas resistências e os tão conhecidos medos, podemos mudar a nossa realidade física, apenas assumindo uma nova atitude diante da vida. Muitas vezes, pensamos que nossa vida mudará e nos trará a realização de nossos desejos, somente quando e se mudarmos radicalmente internamente e, principalmente, quando o mundo à nossa volta, conforme o percebemos, dentro de nossa limitada e distorcida percepção, estiver totalmente diferente e adequado às nossas necessidades, favorecendo plenamente nossas intenções, atitudes, ações e pensamentos.

Acreditamos que só teremos possibilidades de conquistas e realizações se tudo mudar plenamente, tanto interna quanto externamente. Claro que é preciso que busquemos nos conhecer de verdade e tentemos modificar nossa realidade interna, mas isto não quer dizer que precisamos mudar radicalmente para só então conseguirmos nos realizar. Esta crença está baseada no perfeccionismo e, se nos mantivermos presos a ela, ficaremos estagnados para o resto de nossas vidas.

Para conseguirmos realizar nossos anseios internos, deveremos sim procurar nos conhecer mais profundamente, para compreendermos o real motivo da existência de nossas amarras internas que nos impedem de avançarmos. Este autoconhecimento, com aceitação e desejo (não é ação, mas simplesmente desejo) de mudanças, será suficiente para começarmos a agir de forma muito diferente da habitual. Mas esta forma diferente não será baseada na velha referência do que somos e vivemos até agora, mas sim, a partir de quem somos no momento presente. Esta é somente uma base para criarmos nossa nova atitude.

A nova atitude acontece a partir de uma atitude de aceitação daquilo que "ainda somos" - com toda a nossa negatividade interna, nossas ações, sentimentos e reações negativas - e do velho mundo à nossa volta. As mesmas coisas continuam nos acontecendo e continuamos presos dentro dos mesmos círculos viciosos; nada precisa mudar plenamente, para que possamos começar a mudar nossa realidade interna e externa verdadeiramente, a partir do novo.

Essa atitude de aceitação de quem somos, favorece para que possamos apenas e simplesmente nos entregarmos à criação do novo em nossa vida, com uma atitude de quem "nada sabe" e de quem percebe o conflito criado pelo o velho dentro de nós, que se assusta diante da nova proposta de mudança, com novas criações e possibilidades, e sobre as quais não temos nenhum controle, pois não temos nenhuma referência anterior - é novo de verdade - e desconhecemos até mesmo sua fonte. Aceitando que nada sabemos a respeito desse novo e respeitando o sinal de nosso coração que nos diz que devemos nos entregar e agarrar a chance, podemos arriscar e nos aventurar dentro desse mundo novo cheio de possibilidades, existência e criações.

Nessa entrega à aventura da nova vida, poderemos sentir uma sensação de grande desconforto interno, proveniente da manifestação do medo extremo de nosso Ego e de nosso eu inferior, por sentirem que estão perdendo o controle e o poder sobre nós. Caso isto ocorra, devemos aceitar integralmente e, mesmo que venhamos a nos sentir desagradável e assustadoramente mal, devemos ter a atitude de quem está consciente do motivo de tamanho desconforto e assumirmos a postura de quem está totalmente zerado de conhecimentos. É assumirmos uma postura de quem está diante de algo que nunca viu sobre o qual nada ouviu falar, que não tem a mínima idéia do que seja ou do que se faça com isso.

A atitude ideal é igual a de uma criança pura, ingênua e crédula, com olhar encantado diante de algo novo e belo, que só percebe o brilho do novo, o qual não faz a mínima idéia do que seja, mas que sabe e sente, em seu coração, que é algo bom, que nenhum mal lhe causará, que deseja ter para si e se abre para receber.

Apesar de nada saber sobre o novo, a criança o recebe sem nenhuma referência ou expectativa. Sua única expectativa é no sentido de ter prazer, ela só espera ter prazer, não está contaminada com crenças de que o novo é perigoso e lhe causará mal. Ela o recebe com pureza de coração, mesmo que seu mundo e suas referências de mundo, sejam os mesmos. É capaz de receber algo que lhe encanta o coração, mesmo que não saiba absolutamente nada a seu respeito e não saiba o que fazer nem como e quando usar. Nem sabe o que acontecerá quando começar a usar. Ela simplesmente se encanta, deseja, pede e recebe. Ela acredita. Após receber, parte para exploração daquilo que a vida lhe ofereceu, parte para a divina descoberta, sem pensar se está certa ou errada na maneira de usar, simplesmente se aventura.

A cada descoberta, obtém um novo resultado e se surpreende. Algumas vezes, alguns resultados poderão causar-lhe medo, mas ela somente se afasta um pouco e observa. Quando percebe que nenhum mal lhe causou, volta novamente à exploração para descoberta de novas possibilidades de uso, de recursos e novos e excelentes resultados. Ela é corajosa e não se deixa intimidar e desistir apenas por que encontrou algumas dificuldades ao se aventurar no novo jeito de ser e fazer.

Nesta atitude, ela se torna cada vez mais sábia e descobre que esse novo presente divino, é uma fonte inesgotável de prazer e de possibilidades e recursos para criar o novo verdadeiro em sua vida, para que esta se torne satisfatória e condizente com suas necessidades e realidade.

Se esta criança, ao contrário, tomar a velha atitude de ficar receosa diante do novo, fugindo dos sinais favoráveis de seu coração e seguir a mente desconfiada que lhe diz: "hum, é bom e brilhante demais pra ser verdade... isso não é pra mim, é melhor recuar", ela perderá a chance divina de se realizar e ser feliz.

Então, quando você deixará o novo se apresentar em sua vida? E, quando ele se apresentar, que atitude irá tomar?

Superar a dor :: Elisabeth Cavalcante ::

Segundo os mestres budistas, a vida é constituída de duas matérias essenciais: o prazer e a dor. Desde muito cedo aprendemos a evitar qualquer experiência que nos cause sofrimento, e a buscar as que aumentem nossa sensação de prazer.

Como fazer, então, quando a vida nos apresentar situações que gerem dor? Se não temos o poder de evitá-la, precisamos aprender a lidar com ela de modo a transcendê-la.

Uma das formas de fazermos isto é permanecermos alertas e receptivos, para perceber o que aquela experiência pode nos ensinar. Ao invés de nos afundarmos na angústia e na infelicidade, podemos, sim, fazer de qualquer sofrimento uma vivência transformadora.

Mas esta capacidade ainda está inacessível para a maioria de nós. Infelizmente, muitos se mantêm por longos anos aprisionados à situação geradora de sofrimento, esquecendo-se de outra verdade inexorável acerca da existência: nada é permanente.

A dor e o sofrimento podem também ter um fim. Entretanto, este é um resultado que depende muito de nossa própria atitude. Eles só se tornarão permanentes, se nos agarrarmos a eles de maneira cega, sem permitir que qualquer outra realidade possa ser criada em nossa vida.

Precisamos desejar, com toda a força de nosso coração, vivenciar o outro lado da moeda e recuperar a alegria. Estes dois opostos são essenciais para que possamos viver em plenitude.

O sofrimento, por mais que neguemos, ensina-nos lições fundamentais, fortalece nosso espírito e traz à tona um poder interior que nem sonhávamos possuir. E a alegria, por sua vez, renova nossa conexão com a fonte inesgotável de amor, de onde tudo emana.

"Alegria é a sua natureza

Todo mundo passa a sua vida em busca de uma coisa: como livrar-se do sofrimento. Como obter felicidade e alegria? Você quer buscar alegria, mas o que você pagará por isso? O que você dará em troca daquilo que conseguiu?

....Sem sacrificar-se, você não conseguirá dar nem mesmo um passo. Se as suas mãos estão cheias de lama, de seixos e de pedras e você quer diamantes, você terá que abandonar as pedras. Para agarrar o objeto desejado, as suas mãos deverão estar vazias. Você deverá deixar as coisas inúteis.

.... Assim como eu disse que a busca de todo mundo é por alegria, também existe algo que todos têm em abundância: o sofrimento. Você tem uma quantidade suficiente de sofrimento, mais do que você precisa.

...Eu gostaria que você largasse seus problemas, renunciasse aos seus problemas... E se você puder desistir de seus problemas, aí o caminho para a alegria poderá ser aberto.

....Eu digo a você que o sofrimento não o está segurando; você é que está segurando o sofrimento. E se você puder fazer uns experimentos, aceitando o que eu estou dizendo, você irá compreender por si mesmo...E quando tornar-se bom na arte de abandonar o sofrimento, você irá perceber o que estava arrastando consigo.

...Uma criancinha quer chorar.... Sempre que uma tensão cresce dentro de uma criança, ela, ao chorar, atira para fora as suas tensões.... Mas nós ensinamos a criança a não chorar. Nós tentamos todas as maneiras para impedi-la de chorar. Aquela tensão que poderia ter sido liberada pelo choro, não é liberada e vai sendo guardada....

Quem sabe quantas tensões você acumulou? ...... Os seus ramos querem se abrir mas eles não são capazes disto. As folhas querem brotar para todos os lados, mas elas não são capazes disto . A sua árvore ficou atrofiada. O nome dessa dor acumulada , dessa dor não liberada, é inferno. E você segue arrastando esse inferno ao seu redor.

...atire para fora todo sofrimento que você tiver em seu coração..... Problemas, dores, culpas; qualquer coisa que estiver dentro tem que ser jogada para fora. Você tem que atirá-las tão totalmente quanto for possível.

...Compreenda uma coisa mais: foi de fora que você pegou as dores e as trouxe para dentro de si. Por favor, volte com elas para o lado de fora. A dor não é interna; todas as dores são trazidas do lado de fora.

.... E a segunda coisa: na medida que você joga fora a dor, que a envia de volta para fora, de onde ela veio, a alegria começa a brotar dentro de você. A alegria está dentro. Ninguém a traz de fora. Ela não vem de fora, ela é a sua natureza, ela é você. Ela está escondida dentro, ela é a sua alma.

....Se você reprimir a dor, ela cresce... Com a alegria ocorre totalmente o oposto: se você reprimir a alegria, ela diminui; se você a expressar ela aumenta. .Você tem que se tornar como uma criancinha, que não tem qualquer preocupação a respeito do passado, nem qualquer questão a respeito do futuro, que nem mesmo sabe o que os outros estão pensando a seu respeito.

...Um pouco de coragem é requerida e você poderá abandonar o seu inferno - exatamente como um homem que se sujou na rua e volta para casa para tomar um banho e a sujeira é lavada.

Da mesma maneira, a meditação é o banho e a dor é a sujeira. Assim como depois do banho a sujeira foi lavada e você se sente fresco, da mesma forma você terá um vislumbre, sentindo dentro de si a felicidade e alegria que é a sua natureza".
OSHO - The Sadhna Sutra.

Reinvente-se! Confiança é fundamental - Caio Cesar Santos

Reinvente-se! Confiança é fundamental - Caio Cesar Santos

Somos iguais só no nível da alma por El Morya Luz da Consciência - nucleo.elmorya@terra.com.br

"Joshua nos diz que o "amor incondicional é a principal chave de ouro para a ascensão. Eu teria que agir como Deus". Tenho o hábito de cumprimentar todas as pessoas como se fossem Mestre Jesus, Buda - o que em verdade, elas são. Isso também me ajudou a desenvolver um enorme amor pelos animais. Não basta simplesmente pensar sobre Deus ou apenas sentir. Esta é a prática espiritual mais importante de todas. Transforme todos os pensamentos de agressividade em amor. Trata-se do desapego de todos os pensamentos agressivos. Farei o que for necessário para manter uma atitude de amor, por mais que me veja atacado ou enganado. Isso está relacionado com a atitude de ver tudo por meio da nossa mente crística".(Resumo de um texto do livro Chaves de Ouro para a Ascensão de Joshua Davi Stone)

O grande conflito da humanidade tem sido a falta de entendimento nos relacionamentos. É preciso lembrar que tanto no nível da alma quanto da matéria não existem duas pessoas iguais. Então, quando falamos sobre amar incondicionalmente, cada um irá manifestar esse amor conforme as suas referências. Cada um entende, interpreta as pessoas e situações em função de seus registros, de suas crenças e muitos conflitos surgem em função desses fatores. E é o autoconhecimento que faz com que essas diferenças não nos causem tantas desarmonias, preservando também nossas fronteiras psíquicas. O autoconhecimento exige que façamos uma verdadeira revolução no nível mais profundo, para descobrir quais os instrumentos que temos e são úteis para expandir nosso nível de consciência e alcançarmos os objetivos comuns a todos os seres humanos no nível da alma: felicidade, plenitude, amor, harmonia, e, também, para reconhecermos e utilizarmos o imenso potencial que temos e se encontra latente.

À medida que nos aprofundamos nesse universo interior, ficamos frente a frente com aquilo que não vimos, ou que ocultamos, ou mesmo, fingimos não perceber e deixamos embaixo do tapete.
Esse processo em geral é lento e doloroso, mas, somente ele desmascara o ego nos permitindo identificar e revisar crenças, filosofias de vida, carreira, relacionamentos, metas atingidas a alcançar, e, principalmente, vida emocional e afetiva, pois, mesmo com todas as mudanças ocorridas na humanidade, uma coisa continua igual: "o desejo de encontrar a parceria ideal".
Mas, se refletirmos na frase: somos iguais só no nível da alma, mas não da matéria, o que seria ideal para nós? Seria possível encontrarmos alguém que se identifique tanto conosco?

Só amando incondicionalmente essa busca tornar-se-á realidade. A busca pelo verdadeiro amor tornou-se para nós, homens e mulheres da era cibernética, o que o Santo Graal representava para os antigos cristãos: nem sabiam se ele era real, mas o buscavam freneticamente!!! Entendemos que muitos, ou a maioria busca um amor, mas, por que tão poucos o alcançam? Ou por que tantos se acomodam com o que não lhes satisfaz mais? Ou pior: alguns, sem evolução, mantém o companheiro(a) ao lado, mas, usam recursos grotescos, não mais aceitos por aqueles que estão em outros níveis de consciência, traindo as parcerias que certamente, não lhes foram impostas.

Homens e mulheres colocam muitas expectativas em seus relacionamentos baseados em retratos tirados de romances, de figuras irreais e encontram dificuldades para alcançarem bons resultados não só com seus parceiros afetivos, como também, com o ser humano à sua frente. Podemos voltar na nossa reflexão sobre sermos iguais só na alma; então, eu diria que aqui, neste plano, aqueles que são bem sucedidos em matéria de relacionamentos, que conseguem manter um vínculo saudável com seus parceiros por longos períodos, vivendo harmoniosamente, com equilíbrio e prazer da companhia, são aqueles que sabem somente amar, sem nada esperar em troca.

Amam porque amam, simplesmente, porque amar lhes causa prazer. São aqueles que entendem que não precisam "investir" nada além de amor numa relação, porque assim agindo, o universo lhes devolve amor, numa troca justa e equilibrada. A atividade amorosa é contrária à dependência decorrente do medo, do ciúme, da exigência, da crítica, e da rigidez originários de relacionamentos doentios. Só sairemos desses círculos viciosos de sofrimentos com parcerias quando compreedermos que somos uma fonte de amor, e não somente receptores. Sem esquecer que a fonte tem que ser constantemente abastecida - é o " amar ao próximo como a ti mesmo" em primeiro lugar.

Temos condições de amar e deixar esse amor evoluir também dentro de nós, bastando para isso que façamos do autoconhecimento uma ponte entre aquilo que pensamos ser e o que somos verdadeiramente. Esse é o fator que faz toda diferença entre duas ou mais pessoas: aquele que ama simplesmente tende a ser menos exigente e rígido em suas expectativas; não leva tudo a ferro e fogo, na ponta da faca; são menos egoístas, porque não carecem de aprovação do externo; assumem responsabilidade por suas ações; são honestos até com suas dificuldades e vícios, e, principalmente: éticos, leais e fiéis com seus companheiros(as).

Quem ama incondicionalmente expressa a genuína capacidade de amar, agindo de maneira generosa, independente de receber ou não, porque não espera o retorno de seus investimentos numa relação, pois, sabe que o Universo irá lhe devolver, será recompensado, porque sua atitude faz despertar o melhor do outro, inclusive ensinando-o a amar, pois, quem consegue ser indiferente a alguém amoroso?

Aqueles que sabem o sentido da Unidade, simplesmente amam incondicionalmente!!

Vera Godoy

A importância da meditação :: Rosemeire Zago ::

Aos poucos a prática da meditação tem sido mais divulgada, conhecida e aceita. Apesar de fazer parte da humanidade há séculos, ainda hoje encontramos muitas pessoas que por falta de informação deixam de se beneficiar desta técnica milenar. Não podemos negar que o mundo hoje invade nosso cotidiano e até mesmo nossos momentos de descanso e prazer com pressões que se acumulam, tumultuando nossa mente, tornando assim cada vez mais difícil nos voltarmos para dentro de nós mesmos e visualizar a causa de nossas angústias.

Todos sabemos que as respostas para a maioria de nossas perguntas estão dentro de nós, mas as pessoas insistem em buscar as respostas fora, demorando cada vez mais para se encontrarem. E a meditação é um dos caminhos para esse encontro com nós mesmos. A prática da meditação nos ajuda a limpar a mente, amplia a capacidade de lembrança, e acima de tudo, proporciona prodigiosos insights que podem ajudar a resolver os problemas. É como se alguém fizesse aparecer a ideia dentro de você - o que chamamos de insight. E tudo começa fechando os olhos, relaxando os músculos, tranquilizando a respiração. Tão simples e tão poderoso! E algumas pessoas, infelizmente, alegam que não meditam por falta de tempo, mas se precisam ir ao médico, conseguem um tempinho, depois mais um tempinho para irem até a farmácia comprar remédios, que quase sempre são paliativos, quando possuem um recurso poderoso, que só dependem delas e ainda assim, vão tão longe. Mas isso nos faz refletir o quanto essa questão está totalmente relacionada com a falta de confiança em si mesmo. Como acreditar que pode se curar se não acredita em sua capacidade para conseguir coisas menores? É preciso refletir sobre essa questão.

Uma nova área na pesquisa médica, denominada psiconeuroimunologia - a integração da mente com o sistema imunológico, tem obtido muitas curas. O relaxamento, visualização e meditação podem, com segurança e eficácia, ser utilizados para eliminar estresse, tensão, medos e fobias. Muitas doenças cardiovasculares são agravadas pelo estresse, pelo medo, pela exaustão - a necessidade de competir, de produzir mais e mais, de perseguir o sucesso, quase como condicionamentos persecutórios. A redução do estresse é um fator importante para a prevenção de doenças e a meditação pode reduzir o nível de estresse. Na meditação é como se cada expiração expulsasse do corpo a tensão e os elementos nocivos, e a pessoa se deixa levar pela luz, que passa a envolver seu corpo, curando tudo, afastando a doença, fortalecendo.

Reserve, se possível, todos os dias, dez, vinte minutos para meditação, à medida que persistir essa prática se tornará cada vez mais fácil. O importante é manter a regularidade para atingir níveis cada vez mais profundos de relaxamento. A meditação exercida com regularidade é um meio precioso para a recuperação e manutenção da saúde. Jung utilizou método semelhante com o nome de Imaginação Ativa desde 1916. A vantagem deste método é o de trazer à luz uma grande quantidade de conteúdos inconscientes. O objetivo do método é em primeiro lugar terapêutico. Nessa técnica a pessoa não fica passiva, pelo contrário, há uma sequência de imagens e lembranças, geradas pela concentração intencional. Mediante a participação ativa é possível mergulhar nos processos inconscientes e, abandonando-se a eles, consegue dominá-los e identificar a causas de muitos conflitos. Essa técnica é indicada para ser feita juntamente com um profissional. Mas há muitas técnicas simples que podem ser feitas em casa, e muitos livros que explicam a técnica e trazem junto um CD, onde basta ouvir e relaxar.

Através da meditação vivenciamos uma beleza interior que nos faz repensar tudo o que nos rodeia e a nós mesmos. Um momento de graça de luz, de elevação. Ao utilizar e direcionar nossas energias para a purificação de nosso corpo e de nossa mente, descobrimos o desenvolvimento de nossa espiritualidade. Um momento todo nosso, todo seu!

A meditação desenvolve uma progressiva capacidade de concentração e focalização. Sim, a meditação exige prática, paciência. Mas o próprio ato de meditar gera cada vez mais paciência, o que importa é que você está indo ao encontro da parte mais bonita, acolhedora e produtiva de você mesmo - a sua porção feita de luz! Somos, sim, seres luminosos e iluminados. Quanto mais profundamente a prática de meditação nos leva, mais nos distanciamos do plano das aparências e das tensões, mas nos envolvemos com a capacidade de amar, compreender que essa visão da vida e do mundo está dentro de nós. Ao descobrir que possuímos esse dom tão precioso, repleto de beleza, nos sentimos seres dignos de ser amados e de alcançar a felicidade.

Há formas básicas de meditação que você pode experimentar agora, sem depender de outra pessoa. Sente-se em posição e cadeira confortáveis, numa sala ou quarto calmo e silencioso. Cuide para não ser perturbado nem interrompido durante pelo menos quinze minutos. É melhor que seus pés fiquem no chão e, suas mãos, bem relaxadas sobre o colo. Se preferir, também pode fazer deitado. Feche com suavidade os olhos e relaxe por completo. Comece com 3 respirações profundas, que ajuda a soltar a tensão. Aos poucos vá relaxando cada parte do corpo, começando pelos pés, subindo devagar até chegar a cabeça. Respire profundamente pelo nariz, concentrando-se até que sua respiração se torne suave e regular. Se começar a divagar, traga sua atenção de volta para a respiração. Imagine uma luz azul, violeta, envolvendo todo seu corpo. E durante todo o processo não fuja do centro de você mesmo, da sua verdade pessoal, daquilo que você realmente é no mais profundo do seu ser. A prática da meditação leva as pessoas ao encontro do seu "eu" mais poderoso e essencial. Nossa tarefa no plano físico é aprender. Aprender no sentido mais amplo, mais ilimitado: aprender a amar. Amar aos outros e a nós mesmos. Esse é o reconhecimento que nos torna simplesmente divinos!

domingo, 21 de novembro de 2010

Como ver a clarividência - Capítulo 9 por Márcio Lupion - marcio@kallipolis.org

Quando um monge é iniciado, ele sabe que o trabalho será difícil e que a iniciação é uma ação mais do discípulo do que do mestre e precisa prestar atenção em uma missão sem desistência: destruir o seu próprio ego.

Para saber o que é ego, é preciso realmente resolver parar a vida, mudar o olhar sobre a realidade, reorganizar toda a forma de entender o mundo, reeducar os sentidos - o paladar, o tato, o olfato, o olhar e, principalmente, a audição.
O primeiro exercício foi praticar a humildade, começando pelo cuidado absoluto com o próprio corpo, não ingerindo nada que fosse produzido com maldade ou mal-estar. Em seguida à limpeza do corpo, alguns de nós passavam a dormir no chão, o que foi meu caso, usava apenas um leve manto. A alimentação era sempre simples, cuidávamos o máximo para não ter nenhum tipo de prazer sensórial... Assim, os meses e anos se passavam.

Colher os frutos desse sadana não demorava muito, porque essa aparente austeridade, na verdade, nos desligava da realidade comum. Assim, com esses exercícios apareciam os primeiros sinais espirituais.
A alma se limpa porque a nossa animação e motivação passam a ser puras, queremos realmente voltar a ver o mundo como o paraíso original. O primeiro sinal é uma sensibilidade com as palavras à flor da pele, cada palavra agora não vem só preenchida por som, mas também de intenção. Então, escutamos um "oi" que pode ter milhares de entonações diferentes, mas a gente sabe o sentido desse "oi", se é afetivo, se é informal, enfim...

Começamos a sentir agora tudo com o próprio corpo, com o coração. Parece que o cérebro passa a ser no coração e tudo que importa dentro desse universo é o sentimento, a qualidade da vida; o tédio e a vontade de conversar sobre trivialidades desaparecem, e disso brota o voto de silêncio. Aquele silêncio da meditação agora é incorporado ao nosso olhar, porque passamos a observar o colorido dos objetos de fato, a luz refletida neles, que cada minuto do dia muda a leitura da realidade porque mudam as luzes, os ventos, a temperatura, mudam os humores e você começa a enxergar a sua vida do alto, ou do lado e se vê, literalmente, de fora... e se percebe observando não só aos outros, mas a si mesmo, como se andássemos ao lado da gente ou sobre a nossa própria cabeça. E quase que dá para nos chamar de "ele": ele fala, ele tem fome, ele tem as suas próprias necessidades... o corpo e o ego ficam à parte. Sobre o ego dizem que é morrendo que se renasce, exatamente porque o ego, acima de tudo, não é a nossa personalidade, mas a personalidade comum, aquela construída na convivência com as outras pessoas e que somos forçados a vestir, no momento em que chegamos próximo aos outros, como se fosse uma máscara.

Nesse distanciamento que a consciência tem do próprio corpo, a gente passa a ser mais exigente, a depender de menos coisas e querer que esses objetos, situações, alimentos e conversas sejam 100% verdade, que elas já não estejam em nossa própria mente, como na de quem que nos visita; então, reduz-se o som, porque você consegue senti-lo; os gestos, porque nenhum pensamento mais lhe visita para modelar gesto algum.

Na Índia, há uma prática chamada Mudras, a ciência dos gestos, que consiste em conseguir entender os outros pelo movimento das mãos, o desenho dos sentimentos no rosto, pela postura do corpo, e é um exercício sofisticado de reeducação, que acontece no momento em que a gente pára de pensar e apenas observa o vazio de si mesmo e os sinais de clarividência, no conceito mais simples de que tudo fica claro e evidente, começam a fazer parte do nosso viver, do nosso respirar.

Olhamos para as plantas e percebemos o fluido de vida sendo liberado, uma fumaça brilhante, densa, em alguns momentos, e transparente em outros. Todas as plantas têm isso, as plantas de mesma espécie se comunicam, é possível ver ventos caminhando de uma para a outra, como se elas trocassem fluidos, não só por debaixo da terra, mas também por cima e esses fluidos ignoram qualquer outro tipo de matéria; o homem anda e eles atravessam cada ser humano, atravessam paredes e vão se comunicando entre si como se houvessem rios multicoloridos, multivibracionais transitando por todo universo e nós estivéssemos mergulhados neles sem perceber.
Se é assim no reino vegetal, imagine no momento em que começamos a perceber que cada ser humano deixa um rastro de sentimento para trás, de emoções, mas esse rastro não é simplesmente deixado, como quando nós levantamos sem olhar para trás deixando tudo desarrumado, ou nos lugares em que a gente espera outra pessoa arrumar para nós, aquele movimento físico é 1% da sensação que um clarividente tem no momento em que ele olha para o movimento astral.
A palavra astral vem de astro, de plano astral que é entender o mundo dos nossos desejos, das nossas ações. O mapa astral nada mais é que uma carta de intenções de viagem, onde a gente consegue olhar o pensamento que deu origem a essa vida e ao mesmo tempo ver esta vida em movimento. O mais importante é perceber que a realidade que dá vida à vida desse corpo acontece fora dele. Aqui em cima, quando a gente vê o ego e os outros egos passeando percebe os sonhos de cada um materializados em suas palavras, sonhos que ainda estão por vir, mas já estão nas palavras. Ou sonhos que já existem, mas as pessoas não conseguem nem vivencià-los porque elas estão sempre desejando, sempre querendo e nunca sentindo, nunca vivendo.

Esses anos de monge e os momentos de clarividência são exatamente o caminho do aprendizado. Nunca consegui conceber monges que não fossem clarividentes, ou que não tivessem inspirações e não estivessem abertos a mundos espirituais e se comunicassem diretamente com estes. Era muito difícil entender religiosidade sem esse aparato espiritual, sem esses sentidos superiores, porque praticamente você aprende da fonte, da verdade, aquela que dá vida a todo universo fora. No momento em que resolvemos buscá-la, ela se manifesta no nosso coração, no nosso entendimento, em tudo fora da gente, estreitando a leitura de positivo e negativo, bem e mal. O exercício de clarividência mais importante foi começar a perceber que tanto os mundos inferiores - os infernos, como os mundos superiores, estão presentes, e não precisa de muita experiência para perceber isso e é desse exercício que vem a vida monástica, a vida que levou o Márcio a entender o viver entre esse mundo de pureza e perfeição, que conseguimos perceber ao desistir dessa realidade, e o mundo de agonia, que é quando acreditamos nas distorções do tempo em relação a sentimentos e verdades que estão presas no tempo.

O grande aprendizado é desistir das coisas que nos fazem mal e nos prendem ao passado, desistir dos sonhos que deram certo - esses são os que causam mais mal-estar, porque esses a gente quer -porque quer- repetir e essa desistência traz os primeiros sinais de iluminação... o exercício de clarividência.

Só tem um jeito de fazer valer a pena! :: Rosana Braga ::


Só tem um jeito de fazer valer a pena!
:: Rosana Braga ::

Penso que qualquer coisa que nos propomos a fazer precisa valer algo de bom. Precisa servir para algum crescimento, alguma evolução, mínima que seja. Assim, de atitude em atitude, de escolha em escolha, vamos desenhando a pessoa que de fato desejamos ser!

Felizmente, muitas leituras, músicas, conversas e até filmes terminam servindo para fortalecer essa minha crença e mostrar que realmente "é preciso saber viver". Quando assisti "O Poder Além da Vida" pela primeira vez, fiquei encantada com a forma que esta mensagem é transmitida no filme. Baseado numa história verídica, o roteiro conta sobre um ginasta em crise existencial que encontra um amigo, uma espécie de mestre, com quem aprende lições fundamentais para seu amadurecimento.

E numa das melhores cenas, o mestre diz ao rapaz algo mais ou menos assim: se quer fazer a sua vida valer a pena, precisa aprender a responder três perguntas e vivenciar essas respostas. São elas:
- Onde você está? AQUI!
- Que horas são? AGORA!
- Quem é você? ESTE MOMENTO!

Quando você está vivendo, seja qual for a situação, estando de fato "aqui", "agora" e sendo inteiramente "este momento", é impossível não valer a pena, simplesmente porque você estará conectado com a única existência real - o presente!

Eckhart Tolle, autor do livro "O Poder do Agora" também dissertou de forma incrível e imperdível sobre como fazer sua vida valer a pena. E eu, seguindo minha linha de estudos e trabalho, escrevi o "FAÇA O AMOR VALER A PENA", na tentativa de nos relembrar o quanto temos sofrido por razões inventadas, por dificuldades desnecessárias e, assim, impedido nossa própria felicidade e a de outras pessoas.

Ou seja, um livro para tentar nos manter atentos sobre a importância de se relacionar como Gente Grande, de fazer escolhas e assumi-las, vivenciá-las até o fim, validando nossos sentimentos, revendo nossas crenças e crescendo tanto quando acertamos, como quando erramos.

Sabe por quê? Porque enquanto está tudo bem, tudo acontecendo conforme esperamos, tendemos a nos sentir satisfeitos. No entanto, quando a vida nos surpreende com uma situação diferente da que gostaríamos, ou quando alguém nos frustra com palavras ou sentimentos que não correspondem às nossas expectativas, fazemos uma guerra!

E a guerra começa sempre dentro da gente! Armas, tiroteios, bombas, violência, agressividade, dor, morte e destruição! É isso que fazemos conosco quando não aceitamos os fatos e não encontramos recursos para lidar com eles. Estresse, ansiedade e até depressão podem ser os resultados, no final das contas.

Será que não está na hora de revermos essa postura? Será que não seria muito melhor adotarmos uma crença mais edificante e construtiva? Que tal um lema do tipo "para o que não tem remédio, remediado está". O meu é "já que tá, que fique!" e significa que quando entro numa situação desagradável e inesperada da qual não posso sair no mesmo instante, relaxo e repito pra mim mesma: "Rosana, já que tá, que fique!" e vivencio a experiência até o fim ou até a primeira oportunidade de mudar o rumo dos acontecimentos.

A idéia é evitar tanto sofrimento, tanta angústia e, mais do que isso, é fazer a vida e o amor valerem a pena realmente! Senão, continuaremos vivendo um dia depois do outro com a sensação de que viver e amar são armadilhas das quais precisamos tentar escapar... Não! Viver e amar são oportunidades maravilhosas que devem servir para nos dar a certeza prometida pela divertida frase de caminhão: "não sou o dono do mundo, mas sou filho do dono!". Ou seja, só privilégios e alegria, desde que façamos por merecer!

A Entrega :: Elisabeth Cavalcante ::



Entregar-se em confiança aos desígnios da existência, é uma das lições mais importantes que temos a aprender, em nossa jornada em direção ao autoconhecimento.

E um dos aprendizados mais belos também, pois nos torna ligados de forma indissociável ao mistério da vida, aquela dimensão sobre a qual não temos qualquer controle.

Mas, para isto, precisamos desenvolver uma fé inabalável e uma atenção permanente aos sinais que a vida nos envia. Sem isto certamente nos enredaremos nos artifícios e nas ilusões criados pela mente, e perderemos a chance de experimentar o melhor da vida.

Todas as vezes em que nos sentirmos perdidos, à procura de uma resposta para nossos problemas cotidianos, precisamos aprender a relaxar, permanecer em silêncio, à espera de que as respostas surjam de algum lugar.

E elas sempre surgem para aqueles que confiam, ainda que não seja no tempo desejado pelo ego. A impaciência e a ansiedade são os maiores inimigos da entrega, pois nos impedem de aguardar serenamente pelas respostas que desejamos.

Não por acaso a meditação é algo quase impossível para pessoas ansiosas. Muitas buscam nesta prática um antídoto para sua ansiedade, mas o primeiro passo que precisam aprender é permanecer em silêncio, sem qualquer expectativa. A ação neste caso se torna inútil e o maior obstáculo para que possam perceber as respostas que a intuição lhes envia.

Entregar-se significa desarmar todas as defesas e deixar que uma nova dimensão se abra para nós, aquela em que as palavras, assim como as ações, se tornam dispensáveis. É no silêncio que nossa verdadeira essência se revela.

"Existem coisas que só acontecem, que não podem ser feitas. O fazer diz respeito a coisas muito banais, mundanas. Você pode fazer alguma coisa para ganhar dinheiro; pode fazer alguma coisa para ser poderoso, pode fazer alguma coisa para ter prestígio; mas não pode fazer nada quando o assunto é amor, gratidão, silêncio.

É importante entender que o "fazer" significa o mundo, e o não fazer significa aquilo que está além deste mundo - onde as coisas acontecem, onde só a maré o arrasta para a praia. Se você nadar, a coisa não acontece. Se você fizer algo, estará na verdade cooperando para que ela não aconteça; porque todo fazer é mundano.

Muito poucas pessoas chegam a conhecer o segredo do não fazer e a deixar que as coisas aconteçam. Se você almeja grandes coisas - coisas que estão além do pequeno alcance das mãos humanas, da mente humana, das capacidades humanas -, então você terá que aprender a arte do não fazer. Eu a chamo de meditação.

....E a meditação significa basicamente o início do não fazer, relaxar, seguir a maré - ser apenas uma folha na brisa, ou uma nuvem se movendo no céu.

....Lao-Tsé chegou à iluminação sentado sob uma árvore. Uma folha tinha acabado de cair; era outono e não havia pressa; a folha voava ao sabor do vento, devagar. Ele observou a folha. A folha foi caindo até chegar ao chão, e enquanto observava a folha caindo e pousando no chão, de algum modo ele também foi se aquietando. Desse momento em diante, ele se tornou um não fazedor.

.... Todo o ensinamento de Lao-Tsé se assemelhava ao do rio: siga a corrente seja para onde ela for, não nade. Mas a mente sempre quer fazer alguma coisa, porque desse modo o crédito vai para o ego. Se você simplesmente seguir a maré, o crédito vai para a maré, não para você. Se você nadar, você pode ter um ego maior: "Eu consegui atravessar o canal da Mancha!"

Mas a existência o dá à luz, lhe dá a vida, lhe dá amor; lhe dá tudo o que é precioso, tudo o que não pode ser comprado com dinheiro. Só aqueles que estão prontos para dar todo o crédito pela sua vida à existência percebem a beleza e as bênçãos do não fazer.

....É uma questão de ausentar-se como ego, de deixar as coisas acontecerem. Entregue - essa palavra contém toda a experiência.

.....Criamos uma sociedade que acredita somente no "fazer", enquanto a parte espiritual do nosso ser morre à míngua porque precisa de algo que não se faz, mas acontece.
.... nós damos um jeito em tudo, transformamos tudo num "fazer" e o resultado final é que aos poucos a hipocrisia se torna uma característica nossa. Nós nos esquecemos completamente que se trata de hipocrisia.

E na mente, no ser de uma pessoa que é hipócrita, qualquer coisa do mundo do não fazer é impossível. Você pode continuar fazendo mais e mais; você se tornará quase um robô.

Portanto, sempre que você passar, subitamente, por uma experiência de acontecer, encare-a como uma dádiva da existência e faça desse momento o arauto de um novo estilo de vida.

Simplesmente reserve alguns momentos das 24 horas do dia, quando não estiver fazendo nada, simplesmente deixe que a existência faça algo a você. E as janelas começarão a se abrir para você, janelas que o ligarão com o universal, o imortal". OSHO

Mudanças e sintonias por Maria Ivone Neto Mourão - mivoneneto@gmail.com

Em diferentes estações de nossa vida acontecem mudanças. Algumas sutis, outras surpreendentes. Algumas pequenas, outras grandiosas. Umas lentas, outras velozes. Cada fase e cada mudança tem um ritmo. A sintonia desse processo é única para cada pessoa. Muitas vezes algumas mudanças incomodam muito os outros e fico pensando que isso ocorre porque elas acionam o sinal no outro de que é preciso também mudar. Mudar exige coragem.

O certo é que, quando mudamos, a "segurança" é abalada porque iniciamos um caminho desconhecido. Até que ponto essa "segurança" se torna uma prisão? Será mesmo tão ruim se sentir inquieto e buscar respostas que nos colocam diante de desafios? Ou será o contrário? Há quem prefira fugir de suas marcas tentando apagá-las a qualquer custo. Estou aprendendo que é melhor encará-las de frente porque nossas marcas, mesmo as mais doloridas, são parte de nossa história.

Você com você e os elos que nos ligam aos outros formam uma rede tecida com muitas emoções, personagens e passagens. Tenho feito o exercício da retrospectiva e vou pontuando na rota de minha trajetória pessoas e situações que me transformaram no que sou. Há pessoas na qual me reconheço e há pessoas que se reconhecem em mim. Há lugares no qual sempre estarei. Há objetos que "é a minha cara" como diz minha filha. Há uma identidade que construimos e que reflete tanto o que somos. Há também o espírito aprendiz renovador que pulsa em nosso DNA e nos faz mudar. É preciso nutrir o terreno para que ele continue fértil. Não permita que seu solo seja cimentado. A água e os nutrientes precisam de fluidez.

Pensar na terra me fez lembrar a importância de podar os galhos secos. Ao se desfazer de cada galho seco de minha planta, fiz uma sintonia com a necessidade que temos de renovar nossa energia para iniciar uma nova estação. Refleti sobre certas pendências que fui adiando com a velha desculpa do deixar para depois e vi que é melhor não perder o tempo certo da poda para que a nova folhagem nasça com mais vigor. Esse período de transição de estações é muito significativo porque promove mudanças de clima não só nos noticiários do tempo. Quantas vezes nos paralisamos diante dos desafios da transição? É preciso força para fazer a passagem e isso muitas vezes representa encerrar contratos desgastados. Sugiro que você quebre aqueles galhos secos que não mais irão florir.

Este ano voltei a caminhar e elevei minha sintonia comigo mesmo. Os passos sintonizados com mudanças estão em curso. Mudar é difícil, por isso, aprecio tanto a citação do Dalai Lama "Seja a mudança que você quer ver no mundo".

Ouvimos tantas reclamações de pessoas que dizem ser necessário mudar isso ou aquilo e não têm a iniciativa de tecer um diálogo consigo mesmo: Você com você, experimente! Talvez você se desconheça em alguns momentos para voltar a se reconhecer melhor. É como desaprender para reaprender. E abrir seus sentidos para aprender é o caminho para seguir melhorando.

Reinventando a vida - criando o novo verdadeiro por Teresa Cristina Pascotto - crispascotto@hotmail.com

Antes de iniciar esta leitura, sugiro que deseje se conectar com a Luz Divina. Entre em sintonia com a Mente e o Coração de Deus. Não precisa fazer nada de especial para que isso ocorra, não espere ficar em um estado "zen", não espere nada, apenas deseje fazer essa conexão, entregando-se ao seu Eu Real.

A maioria de nós tem experimentado sensações de estagnação e dificuldades nas realizações em nossas vidas e por mais que tenhamos tentado reverter esse quadro, nada conseguimos. Todas as tentativas nesse sentido, apesar de gerarem algum pequeno resultado, inevitavelmente, nos levam para o mesmo ponto: insatisfação e frustração. De nada adianta nossos esforços, pois nunca conseguimos efetuar as mudanças desejadas.

O que ocorre, é que apesar de parecer que estamos fazendo movimentos e tentativas diferentes, as crenças a partir das quais criamos essas ações são sempre as mesmas, baseadas em nossas referências anteriores, pelas experiências que vivemos.

Apesar de sofrermos pelas limitações que isso nos traz, preferimos criar possibilidades sempre com base nessas referências, a termos que tentar criar o novo verdadeiro, sobre o qual não temos referência nenhuma, e corrermos o risco de nos perdermos de nós mesmos.

A atitude adequada para realizarmos ações, que nos tragam as verdadeiras mudanças que desejamos, é baseada no princípio de que "nada sabemos". Todo o nosso conhecimento adquirido, até então, serve apenas como base, como um patamar, para nos levar ao patamar acima. Se tentarmos criar a partir dos conhecimentos que temos, nos manteremos aprisionados às bases limitantes e nada criativas, e sempre estaremos fazendo as mesmas coisas, de forma diferente, e colhendo os mesmos resultados.

Se quisermos mudar de verdade a nossa vida, não haverá outra saída a não ser reinventar a própria vida. Isto significa criar o novo verdadeiro. Mas o novo real não tem nenhuma base ou referência anterior. Ele parte do "nada". A base do que vivemos até agora, apenas nos trouxe até o momento presente, mas agora só nos dará suporte para subirmos a novos patamares. Reforço que é apenas uma base e não uma referência.

Criar verdadeiramente não tem nada a ver com transformar, modificar ou fazer o oposto do que existe. Criar no sentido divino da palavra significa fazer a partir do "zero absoluto da Mente de Deus". A Mente de Deus contém a luz da criação, a partir de onde o verdadeiramente novo é criado.

Sei que para alguns esta linguagem é estranha e que pensarão imediatamente em "como fazer?". Não há uma fórmula de como fazer, pois isto também estaria baseado em nossas antigas formas de fazer, pensar e criar.

O meio para que isso seja possível é buscar entender, inicialmente, apenas como um conceito e desejar que este conceito se integre à sua presença divina, seu Eu Real, dentro de sua mente divina, e que esta se una e se integre à Mente e ao Coração de Deus. Esta atitude de aceitar o novo - sem questionar e sem julgar, mas apenas acolhendo o novo conceito e observando o impacto que ele causa dentro de nós -, poderá nos ajudar a perceber e sentir se isto faz sentido em algum lugar dentro de nós, apesar e a despeito de nossa mente teimosa querer exterminar qualquer possibilidade de encontrarmos meios de mudar nosso padrão. Se fizer o mínimo sentido que seja, poderemos, gradativamente, assimilar e apreender esse conceito, não mais com a mente, mas com o coração. É o nosso coração que precisa compreender, com o apoio da mente entregue, o significado real do conceito de criar o novo a partir do zero absoluto.

Não podemos querer compreender a luz da criação com as limitações de nossa mente, na terceira dimensão. Somente com a consciência expandida e aberta para o novo divino, é que conseguiremos atingir a compreensão que não precisa de conceitos nem de palavras.

A compreensão ocorrerá se tivermos uma atitude humilde diante do novo, sem julgamentos, com o desejo de sentir e, nessa atitude de entrega, sem resistências de nosso eu inferior, poderemos viver a experiência dessa realidade. Não haverá como definir, nem como explicar.

Não é necessário concordar ou entender plenamente o que eu digo, mas é adequado que escutem com seu coração e percebam como se sentem diante disto. Se houver desconforto, sugiro que questionem o motivo dessa resistência. Se houver conforto, significa que algo dentro de vocês concorda com o que eu digo, sem precisarem entender racional e plenamente. Esta é a experiência divina. É sentir estas palavras, sentir o que seu coração lhes diz e se entregar. Desejando se abrir ao novo divino e verdadeiro.

Assim, com esta conexão ao novo que existe na Mente e no Coração de Deus, em concordância e sintonia com nossa presença divina, nosso Eu Real, poderemos desejar criar o novo verdadeiramente novo e divino em nossas vidas. Devemos desejar estarmos alinhados com a Luz divina e, nessa conexão, nos entregarmos para que a Luz faça o trabalho de transformação e abertura ao novo dentro de nós.

Não sou dona da verdade, nada posso garantir. Esta é uma verdade para mim, a qual se manifesta a partir do que tenho vivido dentro desta experiência em minha vida. Quanto mais me permito e me abro para o novo, mais consigo encontrar maneiras de fazer verdadeiramente diferente em minha vida, sem nenhuma referência anterior e nem a partir de racionalizações. Simplesmente me alinho e me conecto da maneira que descrevi e peço a Deus que guie meus passos, minha mente e meu coração no sentido de me ajudar a criar o novo e colher os resultados almejados, os quais me levam sempre a me aproximar cada vez mais, do cumprimento de minha missão de vida. Tenho colhido resultados divinos e iluminados.

domingo, 14 de novembro de 2010

Bons Olhos... :: Rubia A. Dantés ::

Hoje estava pensando como muitas vezes a gente reclama das coisas que nos acontecem, e perguntamos porque nessa ou naquela área das nossas vidas as coisas não fluem de acordo com o que acreditamos ser o normal...

Poucas vezes percebemos que, onde as coisas não estão fluindo.... e temos problemas, se escondem as maiores riquezas de aprendizado que vão nos proporcionar mais possibilidades de ampliar a consciência...

Se imaginarmos que desde o nosso nascimento em determinada família, os nossos amigos... e todas as pessoas e situações que atraímos para nossa vida, têm a configuração perfeita para a nossa evolução... isso nos faria olhar para tudo de forma diferente...
Algumas pessoas e situações nos facilitam o caminho com leveza... outras, no entanto, nos trazem sofrimentos que, muitas vezes, nos fazem sentir que somos vítimas daquelas situações... onde a única coisa que podemos fazer é reclamar...

Com certeza tudo seria mais fácil se olhássemos para nossos problemas... com outros olhos... como diria minha mãe, com "bons olhos"... e o que poderia parecer a princípio ser só negativo... passaria a ser visto como um desafio que vai nos fazer crescer... um campo fértil de aprendizado...

Geralmente medimos nosso sucesso ou insucesso... nas diversas áreas das nossas vidas, comparando com que é considerado normal, ou aceitável... temos modelos prontos de sucesso em todos os campos, e a tendência da maior parte das pessoas é querer se enquadrar nesses modelos...
Nos esquecemos que cada um de nós se expressa de forma única e que seria loucura tentar nos adaptar, seja em qual área for, a modelos prontos... Com certeza não caberíamos em nenhum, sem que para isso precisássemos nos encolher daqui.... nos esticar dali... eliminar umas coisas e acrescentar outras... sempre abrindo mão da nossa natureza... sempre abrindo mão da forma única e especial que cada um de nós tem de se expressar e de se relacionar com o mundo...

Hoje estava pensando nisso e pensando em como somos abençoados por ter a oportunidade de sempre poder escolher a cada minuto, que caminho vamos tomar... se vamos continuar reclamando por julgarmos que tudo que nos chega não é o que queriamos, ou se vamos agradecer pela infinita generosidade do Grande Mistério que dá a cada um... no dia a dia... a rica matéria prima que possibilita a evolução...

Podemos olhar para os problemas como tintas de cores que não nos agradam muito, mas que, se nos dispusermos a tabalhar com elas, misturando aqui e ali, vamos fazer obras de arte... ou podemos ficar reclamando que não pintamos porque não temos as tintas que queremos... e nos tornar vítimas que não tem outra saída a não ser reclamar...

Não sei se algo mudou mais um pouco dentro de mim, mas hoje eu consegui olhar para os problemas com bons olhos... e sentir mais profundamente a riqueza de aprendizado que nos chega sempre através deles... e me deu mais ânimo de trabalhar com essas situações sabendo que, só depende de mim... fazer disso tudo uma linda obra de arte... assim como a ostra faz a pérola...
E vi claramente a grande diferença que faz a maneira com que recebemos cada coisa... a forma com que olhamos para ela...
O Olhar que temos para as coisas que nos chegam a cada dia... determina em muito a qualidade das nossas vidas...

Não adianta olhar para o lado tentando comparar a nossa história com a história do outro... porque não existe uma medida que serve para todo mundo... cada um tem que encontrar essa medida no coração porque ela é única, assim como nós somos únicos. Somos todos um... nos expressando com singularidade.

Foi assim que hoje... senti uma grande disposição de mergulhar profundo nos mistérios que a vida me traz... de uma forma... ou de outra...

A Eternidade por Maria Cristina Tanajura - tinatanajura@terra.com.br

Somos seres eternos! Aceitando isto como uma verdade, ao mesmo tempo em que ampliamos nossa esperança de um dia realizarmos todos os nossos sonhos, passamos a sentir uma muito maior responsabilidade com relação a cada ação praticada, a cada sentimento e pensamento que emitimos. Isto porque o fim não irá jamais existir... Temos uma interminável caminhada, de semeaduras e colheitas...

Já sabemos que, embora possamos dormir em cima de nossos problemas, quando acordarmos, eles terão que ser encarados e resolvidos. Além disto, mesmo depois de desencarnados, continuaremos sentindo as mesmas dúvidas, anseios, pois a dificuldades que temos agora esperam para que sejam resolvidas e não desaparecerão apenas porque desejemos esquecê-las por um tempo.

O amor semeado e as relações de afeto construídas continuarão existindo em nós e nos outros. As mágoas, os ressentimentos, também. O momento que vivemos agora é o instante mágico em que podemos reformular o que não está certo. Se não o fizermos, tudo continuará da mesma maneira errada e talvez, com o passar dos anos, até fiquem pior!

Como a "morte" não existe como um aniquilamento do Ser e como acreditamos que nossa vida é eterna e que teremos sempre oportunidades novas de transformar e melhorar o que já fizemos, precisamos não perder tempo e nos comprometer com a necessidade de mudanças em nossa alma. Ou estaremos perdendo oportunidades preciosas que talvez demorem muito para existir, novamente.

Mas e nossos sonhos? Eles um dia serão uma realidade em nossas vidas, se os tivermos como metas e roteiro de caminhada. Com os olhos no infinito, que sempre estará à nossa frente, teremos força e energia para caminharmos, vencendo os obstáculos e dificuldades, tristezas e dores, na certeza de que um dia, em algum lugar, aqui no plano material, ou na pátria espiritual, estaremos realizados e felizes por termos alcançado o que sempre buscamos.

Importa não desanimar e não se acomodar. Se nem todas as pessoas acreditam nisto e vivem tirando proveito de momentos fugazes, sem pensar na resposta infalível da vida a todos eles, demonstrando pra nós estarem aparentemente felizes agora, não podemos mudar o nosso roteiro, nem dar passos de retrocesso. Vamos em frente! Fazendo o Bem, ouvindo o que nos diz a consciência - voz divina em nós - e certamente seremos felizes já no caminho...

Vivemos num mundo onde não são muitos os exemplos positivos de pessoas íntegras, leais, sinceras, amorosas. Mas nem por isto devemos transgredir. Precisamos ser honestos com o próprio Ser. Mesmo que isto nos custe isolamentos, decepções, críticas, pois na verdade devemos isto a nós mesmos. Uma inteireza, um reconhecimento do Ser divino que nos habita e que é Luz e Amor e que nos orienta de forma acertada na direção de uma felicidade que não durará apenas alguns segundos, mas existirá eternamente. Ter a consciência em paz é não se abalar tanto com as decepções e sofrimentos desta vida tão cheia de desenganos e tristezas. É a única saída para atingirmos a felicidade que no fundo todos almejam, mesmo que a busquem na ilusão.

A vida é eterna! Hoje é o momento de buscarmos a felicidade, através de atitudes corretas, de uma transformação constante de nossos erros e enganos. Também eterna é nossa esperança e sempre haverá um novo dia, quando poderemos mudar de rota, recomeçar. Esta eternidade em que vivemos é, ao mesmo tempo, responsabilidade e luz no fundo de um túnel!

Pensemos sobre isto.

Autenticidade - Tempero dos relacionamentos da Nova Era por El Morya Luz da Consciência - nucleo.elmorya@terra.com.br

"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado em fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referências. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca". (Arnaldo Jabor)

As aparências estão relacionadas com as máscaras que criamos, e, tornam-se hábitos, e, se enraizam de um jeito em nós, que acreditamos "de verdade" que elas fazem parte de nossa identidade, pois são qualidades que gostaríamos de ter. Muitas vezes nos enganamos atribuindo a nossa pessoa valores que supostamente, achamos que temos.
As experiências que vivemos aqui nesse plano são assim, como as aparências... irreais. Um entendimento que parece confuso, se a nossa compreensão estiver limitada somente a matéria física, pois, esse é um plano de ilusões, nós o classificamos como realidade, porque parece muito concreto, até para quem acredita na vida do espírito.

Da mesma maneira que o olho físico vê todas as coisas, menos a si mesmo, a alma também não consegue se enxergar e acaba identificando-se com tudo que vê, distorcendo sua real identidade. Essa é uma das principais causas dos péssimos relacionamentos que a maioria dos seres humanos vive. Não vemos nossa casa estando nela... Essas distorções acontecem quando não somos Mestres de nós mesmos, nem de nossas atitudes. Por mais instruído, inteligente e espiritualizado que seja um indivíduo, se ele adotar uma atitude distorcida a seu próprio respeito, jogando as responsabilidades no outro, por algo que não deu certo em seus relacionamentos, não sairá da ilusão.

Em sânscrito existe um ditado que diz: "quando uma época ruim chega na vida de uma pessoa, sua mente muda de atitude", mas, quanto mais rígida, mais idade tiver, mais iludida for uma pessoa, esses hábitos estarão mais identificados com ela. Então, será preciso uma força de vontade enorme, aliada à humildade e autoconhecimento para que ela admita sua inadequação. Principalmente os mais conscientes e espiritualizados, ao se depararem com obstáculos, e, mesmo sofrendo, insistirem em continuar na rigidez orgulhosa, geram conseqüências desastrosas para suas vidas, porque as cobranças são maiores para aqueles que sabem.

Por que a maioria de nós tem uma imagem distorcida a respeito de si mesmo, tornando difícil sentir o amor está dentro de si? Por que não nos sentimos dignos de ser amados? O Dalai Lama diz: "Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres humanos são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas, satisfazê-los. Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro...

Nós nos sentimos errados, rejeitados e julgados, e, por isso, aceitamos as opiniões dos outros como se elas traduzissem a verdade a nosso respeito, e, moldamos nossa auto-imagem com base nisso. O verdadeiro eu fica encoberto pelas máscaras impostas e isso nos impede de acreditar profundamente em nós mesmos. Só paramos de brigar com os outros quando nos olhamos por trás das máscaras, e enxergamos nossa luz, e, a nossa sombra.

Se olharmos para dentro de nós com honestidade, de forma neutra, com um firme propósito de crescimento, ficaremos surpresos com o que iremos descobrir: somos os responsáveis pelo estado atual da nossa vida e de todos os nossos relacionamentos ou falta deles - não somos vítimas! A maioria das pessoas prefere acreditar que é no outro ou nas cirscunstâncias externas que moram seus problemas. Não temos mais tempo para continuar nos iludindo, pensando que temos qualidades que ainda estão longe de fazer parte de nós, ou achando que somos tão inadequados e culpados! Acordar... tomar atitude, significa conhecimento profundo da sombra e da luz, sem subterfúgios, sem imaturidade, sem pretensão, mas, também, sem culpas, sem mágoas, livres de tudo que vem de fora, assumindo o ser verdadeiro, ficando no caminho do meio, da Chama Branca da Ascensão, do 4º Raio, aquela que gera conflitos primeiro para depois trazer a luz do equilíbrio e da paz.

Estamos vivendo um momento único no Planeta, que não se vive mais que uma vez em uma encarnação, e precisamos aceitar a direção da Luz, para materializarmos nossas escolhas. Não podemos mais continuar enganando a nós mesmos e aos outros. A autenticidade é uma das virtudes imprescindíveis para reconhecermos quem somos de verdade.
Os problemas de relacionamento são provocados por sentimentos e pensamentos que se ocultam no nosso inconsciente, e reforçados pelo autoengano sobre nossa própria identidade, provocam conflitos na alma.

Que tipo de relacionamentos podemos ter enquanto continuarmos a ocultar nossos verdadeiros sentimentos, emoções e atitudes? Não é você o responsável pela escolha de seu parceiro e pela decisão de ficar do seu lado? As imagens distorcidas ficam gravadas no inconsciente e se não forem reconhecidas, fortalecerão nosso ego fazendo com que continuemos agindo de acordo com elas, e receberemos aquilo em que acreditamos, bem como, continuaremos na infantilidade de culpar o outro. Quem deseja fazer mudanças, encontrar a pessoa certa, precisa identificar a raiz do problema, em si mesmo, cortá-la, e, depois, fazer uma faxina dos hábitos adquiridos.

Ser autêntico dá menos trabalho.

Vera Godoy

Servir - Capítulo 8 por Márcio Lupion - marcio@kallipolis.org

Depois da iniciação, o mestre tocou a cabeça do discípulo e recitou um mantra relacionado à história dele e do mestre, um mantra de duas sílabas. Assim, no momento em que a gente pensasse em qualquer palavra, qualquer ação, ou estivesse sonhando acordado -que é a natureza dos pensamentos-, deveríamos substituir essas sensações por esse mantra, fazendo-o girar na cabeça no sentido anti-horário e aí toda tensão ia para esse ponto que saia da testa e voltava ao mesmo ponto, rodando sem parar até o momento em que a gente mergulhasse em uma vertigem, numa sensação de tontura que levava a um estado de vazio, quando a gente não sabe onde começa e termina o próprio corpo, onde a gente perde a noção do que está à nossa volta e, principalmente, a gente perde a noção do tempo.

Não sei quanto fiquei lá, nessa meditação de iniciação, provavelmente entre meia hora a uma hora; o corpo pela primeira vez em meditação ficou rígido a tal ponto que eu abri e fechei os olhos sem que tivesse tido nenhum tipo de descanso. Era exatamente a mesma postura de quando tinha começado. A respiração praticamente parou, o batimento cardíaco foi diminuindo, diminuindo até que eu já não o percebia mais. E aí com um leve toque na testa, senti o dedo do meu mestre sutilmente fazendo círculos em minha testa, em uma das poucas vezes que ele nos tocou e, neste exato momento, eu sai da meditação. Não me lembro mais de ter tocado nele, chegado perto dele, ou encostado em algum pertence dele, havia um respeito ímpar de todos nós em relação à figura daquele servo. E nesse dia, mais que nos outros dias, eu tinha me perdido, o ego tinha morrido e eu tinha me esquecido de mim mesmo, de uma idéia pessoal, de uma noção de mundo; não havia mais desejo, vontade, nem o anseio principal de servir, aquilo do monge franciscano do início dessa história de autoconhecimento.

Levantei daquele transe, caminhei de volta ao vestiário, ganhei um manto branco de algodão que veio acompanhado de um convite para poder frequentar esse ashram quando os discípulos se reuniam, aos sábados a partir das 15h até umas 21h e nos domingos de manhã bem cedo. Chegávamos lá antes do amanhecer, por volta das 4 da manhã e ficávamos lá até o meio-dia junto com ele, recitando mantras e meditando.
A semana passou como o vento e o primeiro contato com todos os outros discípulos foi como o de uma criança chegando à escola no primeiro dia. Naquele ashram, a gente não entrava em contato com nenhuma figura feminina porque o nosso dia era diferente do das mães, como nós chamávamos a forma de manifestação feminina... toda mulher era chamada de mãe, não importava se estivesse em um corpo de menina com 5 anos ou no corpo de uma anciã, olhávamos sempre apenas do joelho para baixo ou somente nos olhos. Preocupávamos-nos mais com o olhar e com os gestos do que com a própria forma; raríssimas vezes eu vi um monge prestando atenção à forma, ou olhando para alguma coisa que não fosse a ação que deveria ser feita no encontro de um com o outro ou do pedido de um para com o outro. Havia um respeito ímpar e até hoje tenho dificuldade em conviver com as pessoas do mundo por conta desse paraíso, que era como nós chamávamos esse lugar de encontro entre os discípulos.

Era uma disciplina que nos envolvia o tempo inteiro, uma prática sem mestre, sem pedido, só pela convivência, cada um percebia no outro o que tinha que fazer e simplesmente fazia, o chão se mantinha limpo, as paredes limpas e bem cuidadas, as flores bem cuidadas, o perfume dos ambientes era sempre sensível... sem exagero nos gestos, nas falas, em nada...
Nesse dia, toquei a campainha fui recebido, subi a escada e fiquei sentado sem olhar para as pessoas, simplesmente percebendo sorrisos gentis, um "shanti prem hare om", que era como os monges se cumprimentavam e que significa paz, amor, e uma saudação a uma forma de manifestação de Deus, que é o som de Deus, o verbo divino, que o ocidental chama de OM ou AUM, um som que em pouquíssimo tempo o yogi já ouve dentro dele, um som interno, um zumbido interno: é o pranava, tem sete variações distintas e nós éramos aconselhados a trabalhar essa leitura até o momento em que esse som saísse exatamente igual nos dois ouvidos e até hoje esse som nos acompanha quando fechamos os olhos, sinal de que se tudo está em harmonia.

E lá, de cabeça baixa esperando ser convidado para trabalhar. É fantástico entender que o convite para o trabalho -qualquer ação que o corpo venha a fazer-, na verdade, é um convite para a iluminação e mais fascinante ainda é entender que não importa se você vai cuidar do jardim, lavar o chão, se vai recepcionar as pessoas no primeiro dia -uma honra enorme-, ou simplesmente vai limpar o banheiro para essas pessoas, abrir a porta para essas pessoas. Qualquer situação era muito agradável.

Nesse dia, vendo e ouvindo todos esses monges passando, um deles, que se chamava Mokunda (o nome do Krishna adulto e também o nome do Paramahansa Yogananda, se não me falha a memória), um ser de uma gentileza enorme pelo qual tinha um enorme carinho, tocou no meu ombro, me pegou e falou para eu ir até um bonito tapete verde -até então eu era um simples aluno-, e me colocou sentado à sua direita. Nós nos sentávamos em círculo, em uma sala grande, com aquelas dimensões que nós já descrevemos, onde à nossa esquerda ficava o circulo das mães, e na frente o círculo dos pais.
À nossa direita ficava o mestre, Mahakrishna Swami, e lá na outra ponta ficava a Mãe Sutra, sempre gentil, mas definitivamente enérgica.

Esse foi o meu primeiro contato com ela, levantei meus olhos, olhei para ela e ela sorriu para mim; então, olhei para todos os outros discípulos, para as mães e elas olharam e deram um sorriso de criança, um sorriso de gentileza que dava para perceber um som escondido de "seja bem-vindo".

Fechei os olhos -eu era muito tímido e não queria de forma nenhuma incomodar ninguém com o meu olhar-, e abaixei um pouco a cabeça quando meu mestre apareceu; sempre que entrava na sala, qualquer tipo de ruído silenciava; era recebido sem nenhum gesto e sem movimentos.

Ao passar por mim tocou na minha testa, levantou minha cabeça para ficar numa postura mais ereta, sentou-se, sorriu e proferiu aquele tão familiar: "Shanti prem hare om", recitou o mantra Gayatre, uma saudação a Shiva, falou com todos os Mestres e começou a vida prática de um monge... entender a alma se diluindo, a manifestação do espírito, a nossa natureza eterna. É exatamente esta a morada de uma sensação ininterrupta que envolve o conhecimento do que é a vida na Terra, o que nós estamos fazendo aqui e para que serve todo esse trabalho, que na Índia é chamado de Samsara, roda da vida, mundo das ilusões...

Amando Cada Dia

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Amando Cada Dia
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A Benção

Querido Senhor e toda Sua criação, colocamo-nos diante de Ti nesse lugar sagrado, onde o Senhor nos contactou na consciência da Alma.

Pedimos que o Senhor abra nossa consciência individual, para que possamos ter Sua verdade e amor revelados a nós e que possamos expandir nossa habilidade para compreender e entender.

Agradecemos pela consciência que chamamos de Cristo e pelo Viajante Místico. Apreciamos essa rara oportunidade em que muitos são chamados, mas poucos escolhem aceitar.

E o que importa quantos escolheram aceitar, quando cada um que o Senhor escolheu reúne-se diretamente com o Senhor? Na Sua consciência, o Senhor toma cada um completamente, de tal maneira que cada um de nós se torna o Bem amado. E como o Senhor é o caminho, cada escolhido Seu torna-se o caminho, a verdade e a Luz.

Aqueles de nós que estão reunidos como Bem amados e que, por enquanto, permanecem neste mundo, agradecem por Sua proteção, por Sua força e por conhecer o propósito que é a Alma. Estamos aqui para cumprir a promessa espiritual. Estamos aqui criando através da Graça, a Graça do Bem Amado.

Baruch Bashan
John Morton


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sábado, 6 de novembro de 2010

Responsabilidade :: Elisabeth Cavalcante ::

Uma das principais questões que acaba passando despercebida quando abordamos o tema do autoconhecimento é que ele traz em si, invariavelmente, uma ampliação de nossa responsabilidade.

Isto pode parecer, a princípio, algo difícil de se compreender, visto que responsabilidade de modo geral, soa para nós como algo relacionado apenas a questões da vida prática, as obrigações que temos de enfrentar em nosso dia-a-dia.

Ocorre que o crescimento interior também implica em novas posturas diante da vida, pois na medida em que ampliamos nosso grau de consciência, e nos tornarmos responsáveis por nossas próprias ações, atitudes e escolhas, conseqüentemente, não temos mais a possibilidade de colocar sobre outros a responsabilidade por nossos problemas.

Quando algo der errado - é importante saber que no caminho do aprendizado interior ainda continuaremos errando - a única pessoa que deverá responder por isto somos nós mesmos, ninguém mais.

Em princípio, esta pode ser uma questão assustadora, pois não tendo mais muletas em que se apoiar, os sentimentos de solidão e insegurança tendem a ser enormes.

Entretanto, se formos capazes de prosseguir na jornada sem desistir ao meio do caminho, aos poucos perceberemos o quanto a confiança em nosso guia interior, se tornará a cada dia mais intensa, e o medo será substituído por uma maravilhosa sensação de liberdade.

Sim, tornar-nos os únicos responsáveis por nossas decisões, a partir de nossa percepção interior, - que é única -, é uma das maiores conquistas que podemos alcançar na vida. Ela nos torna absolutamente independentes, mas também exige uma coragem enorme para assumir os riscos destas decisões, sejam eles quais forem.

Pagar o preço por esta escolha é o que chamamos de assumir a responsabilidade inerente ao crescimento interior, e é em suma o que determina a passagem definitiva da imaturidade para a maturidade.

"Quando algo dentro de você cresce, traz novas responsabilidades - porque agora você necessita de mais meditação, você necessita de mais amor, mais alegria.

Porque esta flor dentro de você pode se tornar um fardo para você se você não compreender a linguagem da meditação, a linguagem do amor, e a linguagem da felicidade.

Você pode destruir a flor com suas próprias mãos, apenas para libertar-se da responsabilidade. Mas esta flor não é apenas responsabilidade: é também seu crescimento, sua maturidade.

Esta flor não é algo separado de você; é seu próprio ser. Destruí-la significa cometer suicídio. ....O crescimento interior não necessita nenhum conhecimento técnico, nenhuma especialidade técnica. Tudo o que é necessário é muito simples, e muito prazeroso, e não é um fardo.

Meditação fará você mais leve, menos carregado com todos os tipos de futilidades, besteiras. Amor também dará a você novos céus, novas liberdades. Felicidade dará a você asas para mover-se dentro destes novos céus e novos espaços.

...Por séculos no Ocidente, a mente se tornou tecnicamente orientada. Criou grande tecnologia, grande ciência - mas destruiu completamente o homem. A casa está cheia de todos os tipos de invenções, mas o mestre da casa desapareceu, está perdido nas máquinas." OSHO - O futuro dourado.