Não me interessa o que você faz da vida.
O que eu quero saber é pelo que você anseia e se se atreve a sonhar com os desejos do seu coração.
Não me interessa saber que idade você tem.
Eu quero saber se você se arriscaria a parecer tolo por amor, pelos seus sonhos, pela aventura de estar vivo.
Não me interessa saber que planetas fazem quadratura com a sua lua.
Quero saber se você tocou no âmago da sua própria dor e se as traições da vida enriqueceram você ou se você se fechou e retraiu com medo de sofrer mais.
Quero saber se você pode sentar-se com a dor, a minha e a sua, sem um gesto para escondê-la, atenuá-la ou remediá-la.
Quero saber se você é capaz de viver plenamente a alegria, a minha ou a sua, se pode dançar em total abandono e deixar o êxtase penetrar seu corpo, desde a ponta dos dedos, sem que você seja tentado a nos aconselhar cautela ou a sermos realistas ou sequer lembre das nossas limitações humanas.
Não me interessa se o que você me conta é verdade.
Quero saber se você correria o risco de desapontar alguém para ser verdadeiro consigo mesmo.
Se aguentaria ser acusado de traição sem atraiçoar sua alma.
Se consegue ser infiel e, por isso, digno de confiança.
Quero saber se você consegue ver a Beleza mesmo quando ela não é bela todos os dias.
E se consegue extrair sua própria vida dessa presença.
Quero saber se você consegue viver com o fracasso, o seu e o meu, e ainda assim ficar de pé na margem do lago e gritar para o reflexo prateado da Lua Cheia, 'sim!'.
Não quero saber onde você mora ou quanto você ganha.
Quero saber se consegue levantar-se depois de uma noite inteira de tristeza e desespero, exausto e ferido, e ainda assim, fazer o que for preciso para alimentar seus filhos.
Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui.
Quero saber se você ficaria de pé no centro do fogo comigo, sem recuar.
Não me interessa saber onde, o que ou com quem você estudou.
Quero saber o que faz você permanecer inteiro quando todo o resto desaba ao seu redor.
Quero saber se aguenta ficar sozinho consigo mesmo e se ama verdadeiramente sua própria companhia nos momentos de solidão.
Por Oriah © Mountain Dreaming,
do livro The Invitation, publicado pela HarperONE, San Francisco, em 1999. Todos os direitos reservados.
Para saber mais sobre Oriah, visite o blog: http://www.oriahsinvitation.blogspot.com/
sábado, 3 de abril de 2010
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