sábado, 19 de junho de 2010
O Homem Ontem, Hoje e Amanhã... por Nelson Sganzerla - nelsonsganzerla@terra.com.br
Meu querido pai, que hoje mora no céu, casou-se com minha mãe e juntos viveram anos a fio, passaram das "Bodas De Ouro" e, como companheiros um do outro, viveram juntos na saúde, na doença, na pobreza, na riqueza -tal qual o padre falou- e juraram fidelidade um ao outro.
Tenho como parâmetro para falar do "Ontem" a vida do meu pai aqui na Terra, apesar de simples e de muito trabalho. Não tenho como recordação nada que o desabonasse durante os seus anos de vida.
Trabalhou durante anos na mesma empresa, com responsabilidade e assiduidade sem ter tido ao menos uma falta sequer durante toda a sua vida profissional, só saiu porque se aposentou e teve o descanso merecido pelos anos de trabalho.
Meu pai apesar da falta de estudo, ensinou-me a ser cordato, ter educação e principalmente respeito pelas pessoas; deu-me carinho, atenção e jamais senti o peso da sua mão em minhas costas a não ser para me abraçar.
Meu pai foi um homem de "Ontem", com seus valores, seu trabalho e seu respeito pelas pessoas, por isso foi muito querido e ao longo da vida teve muitos amigos e nenhum inimigo.
O homem de "Hoje" como parâmetro não se encaixa àquele homem de "Ontem", como foram tantos iguais ao meu pai, que tinham respeito, que tinham sinceridade, que eram simples, mestres em lição de vida e que aqui na Terra passaram e hoje também moram no céu.
O homem de "Hoje" se perdeu, está sem rumo, não tem a força que tinham os homens de ontem, não ama mais, falta-lhe o talento para a vida, a habilidade para o trato com a companheira.
O homem de "Hoje", não tem a certeza de quem seja, do que representa e daquilo que esperam dele, e do que ele mesmo espera de si, o homem de "Hoje" transgride, desrespeita. O homem de "Hoje", busca aquilo que nem sabe ou nem tem certeza de querer.
O homem de "Hoje" quer ser sempre o melhor, não faz nada direito e cobra de quem faz, não tem comprometimento a não ser consigo mesmo; engana, dissimula e acha correto.
O homem de "Hoje" não consegue aprender, portanto, não sabe ensinar, quer sempre a vantagem sem o merecimento, detesta a sua vida, mas inveja a do outro; reclama do dia antes mesmo do sol raiar, deseja sempre o sim, mas não sabe ouvir o não.
A verdade sempre é cruel para o homem de "Hoje", não suporta a rejeição; tem medo da solidão e não sabe o que é comunhão.
O homem de "Hoje" é vão, vago e genérico; não cria, imita, critica, não participa, fala e não sabe ouvir; falta-lhe postura, falta-lhe cultura, falta-lhe o berço, falta-lhe apego, falta-lhe sossego.
O homem de" Hoje", não dá Bom Dia! E de tudo desconfia, não abraça, não aperta a mão; é superior, é doutor, é professor, mas esquece de ser pessoa.
O homem de "Hoje" grita para ser ouvido e não ouve o grito do clamor da ajuda, é atencioso com a intenção da recompensa e extremamente desatencioso com o que não lhe interessa.
Esse é o homem de "Hoje", diferente do meu pai, do seu pai, de todos os pais e de todos os homens de "Ontem"; vil, cruel, insensato, orgulhoso, meticuloso, déspota, ardiloso, criminoso, prepotente, indiferente, arrogante, mal educado.
O homem de "Amanhã", ainda não veio, ainda não está pronto, está sendo moldado, preparado para assumir o lugar do homem de "Hoje" e comandar com mãos de algoz ou de salvador, irá depender muito do que nós "Homens de Hoje" iremos deixar a eles como legado... quais valores serão passados?
Certamente, esses homens de "Amanhã" terão a tecnologia como ferramenta, a informação estará circulando em alta velocidade, de uma maneira que mesmo nós com algum conhecimento não conseguiremos acompanhar.
E rezemos para que, juntamente com toda essa tecnologia e toda essa informação, estejam também anexados o amor, a compaixão, o perdão, a esperança, a bondade, a alegria de viver, a educação e o respeito pelo ser humano, como tinha o homem de "Ontem".
Pense nisso.
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