domingo, 27 de junho de 2010

O Mestre Interior :: Elisabeth Cavalcante ::


Um dos maiores obstáculos para que entremos na dimensão espiritual de nosso ser é o turbilhão de pensamentos que domina o tempo todo nossa mente.

Como podemos usufruir o silêncio se nossa mente ansiosa insiste em ruminar acontecimentos passados ou, ao contrário, projeta-se para o futuro antecipando os fatos, com uma expectativa negativa?

Poucas são as pessoas que, ao vislumbrar o futuro, o fazem de modo positivo e otimista. Infelizmente, a maioria de nós se mantém focada no pessimismo, sempre esperando que algo ruim aconteça.

Não é de se admirar que isto seja assim, uma vez que a quase totalidade dos seres humanos vive sob o domínio absoluto da mente, acreditando que a racionalidade é a única forma confiável de se encarar a realidade da vida.

O mundo, na forma em que se encontra hoje, é o resultado direto desta distorção. Enquanto continuarmos ignorando a sabedoria divina que todos carregamos interiormente, nossa existência se resumirá a um caminhar na inconsciência até o túmulo.

Mas, sempre é tempo de realizarmos uma correção de rota e voltar nossos holofotes para o lado de dentro, pois é lá que se esconde a tão desejada paz com que sonhamos.

Enquanto acreditarmos que ela é apenas um sonho distante, quase impossível de atingir, certamente nos manteremos prisioneiros da negatividade e dos tormentos que habitam nossa mente.

Silenciar a mente só é possível quando nos dedicamos a observá-la e nos tornamos conscientes do padrão usual de pensamentos que cultivamos. Consciência é a chave para que passemos da condição de dominados para a de mestres da mente, e possamos utilizar todo o potencial que ela possui para beneficiar não só a nós como a nossos semelhantes.

"MENTE E CRIATIVIDADE

Amado Osho,
Na mente, no processo de pensar, há muita energia. Como podemos usar essa energia de um modo criativo e construtivo?

A pergunta é muito complexa. Soa simples, mas não é simples.
Você está perguntando: "A mente é cheia de energia; como usar essa energia de modo criativo e construtivo?".
Quem vai usar essa energia...?
Se a própria mente for usar essa energia, ela nunca poderá ser criativa e nunca poderá ser construtiva.

É isso o que está acontecendo por todo o mundo. É isso o que está acontecendo na ciência... Toda a miséria da ciência é que a mente está usando a própria energia... mas, a mente é uma força negativa - ela não pode usar nada criativamente, ela precisa de um mestre. A mente é um serviçal...!
Você tem um mestre?

Assim, para mim a questão é... a meditação desenvolve o mestre interno. Ela o torna completamente alerta e consciente de que a mente é um instrumento. Agora, então, o que quer que você queira fazer, você pode fazer. E se você não quiser fazer nada com ela, você pode pô-la de lado e pode permanecer em absoluto silêncio.

Neste momento, você não é o mestre - nem por cinco minutos... Você não pode dizer à mente: "Por favor, fique silenciosa por cinco minutos". Esses serão os cinco minutos nos quais a mente ficará mais veloz, correndo mais do que nunca... - porque ela terá de mostrar a você quem é o mestre....

...Se você tentar parar de pensar por cinco minutos, entrarão mais pensamentos do que nunca - pela simples razão de mostrar a você que você não é o mestre. Assim, primeiramente, a pessoa tem de conseguir a mestria; e o meio de se tornar o mestre não é dizer aos pensamentos: "Pare!". O meio de se tornar o mestre é observar todo o processo de pensamento.

...Seus pensamentos têm de compreender uma única coisa: que você não está interessado neles. No momento em que você tiver firmado isso, você terá alcançado uma grande vitória.

...Simplesmente observe. Não diga nada aos pensamentos. Não julgue. Não condene. Não os mande embora. Deixe-os fazer o que quer que estejam fazendo, qualquer ginástica - deixe-os fazerem; você simplesmente observa e desfruta. Trata-se de um belo filme. E você se surpreenderá: simplesmente observando, chega um momento em que os pensamentos não mais estarão presentes, não haverá nada para observar.

Essa é a porta que tenho chamado de nada, de vazio.
Por essa porta entra o seu ser verdadeiro, o mestre.
E esse mestre é absolutamente positivo; em suas mãos, tudo se transforma em ouro.

....Sem meditação, a mente é negativa, ela está fadada a estar a serviço da morte. Com meditação, o mestre está presente, e o mestre é positividade absoluta. Em suas mãos, a mesma mente, a mesma energia torna-se criativa, construtiva, afirmativa da vida.

....A mente é um instrumento tremendamente poderoso. Nenhum computador é tão poderoso quanto a mente do homem - não pode ser, porque ele é feito pela mente do homem. Nada pode ser, porque tudo é feito pela mente humana. Uma única mente humana tem tão imensa capacidade: num pequeno crânio, um cérebro tão pequeno, pode conter todas as informações contidas em todas as bibliotecas da Terra - e essa informação não é tão pequena assim.

...Mas o resultado desse imenso presente ao homem não tem sido benéfico - porque o mestre está ausente e o serviçal está comandando o espetáculo. O resultado é guerras, violência, assassinatos, estupros. O homem está vivendo num pesadelo, e o único meio de sair disso é trazer o mestre para dentro. Ele está aí, você tem apenas de puxá-lo para si. E a observação é a chave: simplesmente observe a mente. No momento em que não houver nenhum pensamento, imediatamente, você será capaz de se ver - não enquanto mente, mas como algo além, algo transcendental à mente.

E uma vez que você esteja sintonizado com o transcendental, então, a mente está em suas mãos. Ela pode ser imensamente criativa. Ela pode fazer desta própria terra o paraíso. Não há nenhuma necessidade de qualquer paraíso a ser procurado lá em cima nas nuvens, assim como não há necessidade de se procurar por qualquer inferno - porque o inferno nós já o criamos. Estamos vivendo nele.

...Você pode transformar este inferno em céu se a sua mente puder estar sob a direção do mestre, de sua própria natureza. E trata-se de um processo simples...
Mas não tente diretamente com a mente, caso contrário, você estará entrando numa encrenca.

...Não toque na mente. Primeiramente, apenas descubra onde está o mestre. Trata-se de um mecanismo complicado. Deixe o mestre estar presente e a mente funciona como um serviçal, muito perfeitamente.

No Oriente, nós fizemos isso. Gautama, O Buda, poderia ter-se tornado Albert Einstein sem nenhuma dificuldade; ele era um gênio muito maior. Mas toda a sua vida foi devotada à transformação das pessoas, para dentro da consciência, para dentro da compaixão, para dentro do amor, para dentro da bem-aventurança".
OSHO- The Osho Upanishad.

sábado, 26 de junho de 2010

Como agir quando estou em xeque-mate? por Caio Cesar Santos - caio@decidaserfeliz.com


Tenho conversado com muitas pessoas que dizem estar em situações críticas em suas vidas. Os temas são, em sua grande maioria, relacionados à carreira, desemprego, relacionamento amoroso, familiar, saúde e financeiro.

Não cabe julgar aqui qual situação é mais grave: para a pessoa que está enfrentando uma dificuldade financeira, que sofreu uma grande decepção amorosa ou até mesmo para aquela que está lutando por sua vida, o sofrimento, angústia e ansiedade consomem toda sua energia.

Este é um momento que requer muita sabedoria para decidir em direção seguir. Basicamente existem duas possibilidades:

Sentir-se vítima da situação e da pessoa envolvida;

Entender a mensagem, começar a assumir responsabilidade por ter se envolvido na situação, iniciando um profundo processo de mudança.

Como reflexo de nossa cultura e doutrinação, a atitude mais popular é sentir-se vítima da situação e da pessoa que fez isto com você. Elas precisam ser punidas, desmascaradas, humilhadas e até mesmo processadas pelo sofrimento que estão te infligindo. Obviamente existe um bom senso que deve respeitado e não estou falando de casos extremos contra as regras legais da sociedade na qual você decidiu viver.

Outra possibilidade é tentar entender a mensagem por detrás desta situação, aprender a lição, expandir a percepção e seguir rumo ao autoconhecimento e responsabilidade pessoal. As perguntas que refletem este caminho são: Por que eu atraí esta situação na minha vida? Por que me envolvi com esta pessoa? Quais eram minhas reais intenções? Por que estas coisas estão se repetindo na minha vida?

Estas são as perguntas que te ajudam a explorar sua consciência para descobrir as crenças que estão emitindo esta freqüência para o Universo. Uma analogia interessante é perceber que nossas crenças são como um projetor e a nossa experiência na vida é a tela onde tudo vira realidade.

Um fator crucial neste processo é conhecer a diferença entre aquilo em que você realmente acredita, que é refletido por suas experiências na vida (profissional, pessoal, família, saúde, autocrítica, habilidades etc.) e aquilo que você gostaria de acreditar!

Por exemplo, se eu falo que "relacionamentos são essenciais para que eu me sinta bem" e quando olho para minhas experiências na vida, percebo que sofro, desconfio e me sinto angustiado em meus relacionamentos, este é o alerta! O que eu falo é o que eu gostaria de acreditar. Uma ilusão!

Desde pequenos vamos colecionando nossas crenças baseadas no que vemos, ouvimos e sentimos de nossos pais, professores, amigos, TV, escola, religião, mídia etc. E estas crenças não estão em nosso intelecto, mas sim em nossas emoções, escondidas em nosso subconsciente. Quando vimos nossos pais discutindo, podemos ter adotado a crença emocional que relacionamentos são ruins. Quando queremos carinho de nossos pais e sentimos que eles não nos deram atenção, podemos ter adotado a crença que eu fui abandonado, não mereço carinho. Outras tantas crenças são adotadas com relação à auto-estima, confiança em nós mesmos, nos outros etc.

O mais interessante é que estas crenças sabotadoras ficam escondidas, transparentes. Como defesa para garantir nossa sobrevivência, nosso intelecto tenta suprimi-las com afirmações positivas: eu mereço, eu sou confiante, relacionamentos são ótimos, eu sou feliz etc.

Então, tocamos nossas vidas em frente e seguimos adiante até nos deparar com uma situação em nossa vida que retrata nossas reais crenças. Se você olhar as situações difíceis em sua vida como uma grande oportunidade e explorar suas crenças, você iniciará um maravilhoso e libertador processo de mudança para vivenciar novas experiências.

Li recentemente uma frase que resume tudo isso:


"Não podemos conseguir em nossa vida mais do que acreditamos,
no fundo do nosso coração, merecermos ter".
James R. Ball


No final de tudo, é você contra você mesmo!
Grande abraço e ótima semana!

A Hora é agora! :: Rubia A. Dantés ::


Chega um momento que marca claramente a vida de todos nós, o ponto em que nós decidimos viver na Verdade... e quando percebemos que isso pode ser bem mais simples do que a forma pela qual vivemos até então, essa decisão move montanhas e recebemos toda ajuda do Universo.

Esse ponto pode ser marcado por mudanças drásticas de caminho, por decisões que vão aparentemente contra toda racionalidade... mas se a Alma chama e temos coragem para seguir, vamos ver que não estamos sozinhos... e que o Grande Mistério nos acena lá do fim do túnel com uma Luz nunca antes imaginada...

Se não estamos satisfeitos, por que temos que nos adaptar?
Fomos feitos para usufruir da felicidade em todos os níveis.... mas nos fizeram acreditar que não era assim.

Acostumamo-nos tanto na adaptação a coisas e situações onde não podíamos ser quem realmente somos... onde não podíamos manifestar nossa verdade mais profunda... e a humanidade foi levada a se esquecer da sua força... do poder de sua verdade.

Fomos tão invalidados, em tantas e tantas vidas, que até nos esquecemos de quem somos e do nosso propósito... no entanto, chega uma hora em que a gente percebe que pode viver na verdade sem sermos dominados por memórias...

A Hora é Agora...

Quanta autoridade fora de nós nos guiou por caminhos que não eram os nossos... e como já fomos seguidores de tantas coisas... por medo... por falta de opção, por acreditarmos mesmo que o poder estava fora... controlados por memórias do passado...

O que estamos esperando para assumir nosso poder pessoal... o que estamos esperando para ouvir a voz da nossa Alma.... do nosso coração?
Quantas vozes fora de nós vamos validar ainda antes de dar ouvidos à única voz que vem de dentro e que nos guia pelos caminhos mais preciosos... porque nos levam a nós mesmos...

Quando a Alma chama com uma força tão grande só nos resta largar tudo.... silenciar e escutar esse chamado.

O mais natural é ser o que somos em essência... não existe coisa mais simples do que fluir com a nossa verdadeira natureza... não requer esforço... nem planos da mente... nem preparativos... nem barganhas... e muito menos nada que não seja Verdade...
É só deixar limpo o canal da conexão com o grande Mistério e seguir o fluxo.

Como um rio de águas cristalinas, que flui em harmonia com toda a natureza, nós também podemos fluir com leveza e Amor... mas é preciso coragem de deixar ir tudo que impede a passagem da Luz... tudo que ainda nos faz crer que não somos merecedores de viver o paraíso na Terra.
Essa decisão vem lá do fundo da Alma... silenciosa... profunda... mas tem a força imensa de todos os ventos que trazem as boas novas...

Você entre a luz e a sombra por Flávio Bastos - flaviolgb@terra.com.br


Nascemos da Luz e nos desenvolvemos conforme a dedicação e o amor dispensados pelos pais biológicos ou substitutos, onde o senso de equilíbrio na árdua tarefa de educar, é a referência que move a consciência do educador responsável.

Os pais, no entanto, tem a missão de nos dar o apoio material e moral enquanto somos menores de idade, porque a partir da maioridade, os desafios da vida nos chamam para os enfrentamentos que impulsionam o nosso crescimento pessoal e profissional.

No processo vital, somos seres interdependentes e, ao mesmo tempo, independentes porque buscamos a emancipação individual que representa a auto-afirmação diante de si mesmo e diante da sociedade. A realização pessoal depende de conquistas nos âmbitos afetivo e profissional. Nessa direção, nos sentimos satisfeitos com a sensação de bem-estar quando o amor vai bem e o profissional também...

Porém, nem tudo vai bem quando, inconscientemente, simulamos o "sentir-se bem" como forma de dissimular uma situação consciencial que se observada pelo ângulo da ética humana, causa-nos angústia ou remorso.

É quando observamos que o nosso crescimento pessoal, em parte, é movido pelos valores materialistas que envolvem a competição acirrada e muitas vezes desonesta por cargos ou salários tentadores. É quando o orgulho, o egoísmo, a vaidade e a ambição, superam o fluir do crescimento pessoal baseado na honestidade, competência e transparência.

A inteligência e a capacidade de escolha pelo livre arbítrio, fazem de nós, seres que transitam entre a Luz e a sombra de uma natureza que deriva entre o psíquico e o espiritual, e onde a faculdade de discernir, geralmente, encontra-se "contaminada" pelas impurezas que emanam de atos responsaveis pelos baixos níveis de nossa frequência vibratória.

Atingir um bom nível de frequência vibratória, o que representa a verdadeira sensação de bem-estar ou de equilíbrio psíquico-espiritual, é um desafio que deve acompanhar o homem moderno na sua fase de crescimento e afirmação pessoal e profissional.

Descobrir valores éticos e espirituais nessa jornada consciencial, torna-se imprescindível para aquele que deseja mais Luz e menos sombra em sua vida.

Somente alteramos para melhor um padrão vibratório quando, lucidamente, transformamos um modelo comportamental que nos desarmoniza pela ação de vícios de caráter, em outro modelo comportamental livre de desequilíbrios psíquico-espirituais que nos acompanham há muito tempo.

A transformação interior, portanto, segue um raciocínio lógico e matematico. Mas, acima de tudo, depende de nosso esforço e perseverança em querer mudar para melhor. E a vida é a oportunidade que temos para transformar o que precisa ser transformado em nós mesmos.

Crescer, progredir tanto pessoal quanto profissionalmente, é dever do indivíduo que se valoriza diante da vida. No entanto, a sua evolução será ainda mais completa se for conseguida por meios lícitos e honestos, porque contempla, dessa forma, valores associados às Leis do Amor.

Ao longo dos séculos, a evolução do homem vem sendo trilhada pelos caminhos sombrios e nebulosos da inconsciência, mesclado com caminhos iluminados pelo discernimento e lucidez da consciência. Estamos numa fase da humanidade em que os rumos inseguros das sombras, serão, aos poucos, substituídos pelos rumos que irradiam a Luz da segurança e da confiança nos passos a serem dados na trilha do progresso.

Conforme o dicionário, o termo "lúcido" é um interessante adjetivo porque mostra-nos com transparência o que devemos ser em relação ao que ainda não somos: "brilhante, límpido, claro, preciso. Que demonstra pleno uso da razão".

O desenvolvimento de valores ilusórios que nos levam de uma forma desonesta à conquistas de cargos ou situações ambiciosamente desejadas, mas que com o tempo acabam provocando-nos drama de consciência, representa o nosso lado irracional e ainda sombrio que necessita do despertar de novos valores para que a Luz da lucidez supere as sombras da ignorância.

O bem e o mal que existem em nós, dependem do foco de nossa inteligência estar voltado para um deles ou para os dois alternadamente. A insistência no mal que revela a imaturidade do espírito, ou o foco no bem que revela a sua maturidade, são determinantes no sentido da verdadeira ou falsa sensação de bem-estar que experenciamos.

Não esqueçamos que a "conquista" do sentimento de completude (ou felicidade...) depende do nível de envolvimento que temos com o profundo significado da palavra "lucidez". Quando escolhemos o caminho da transparência, começamos a erradicar de nosso interior a energia negativa de erros cometidos no passado. Única forma de nos libertarmos da sombra e trilhar o caminho da Luz sem medo de ser feliz.

Não quero saber... :: Rosemeire Zago ::


Você evita pensar ou falar sobre o que sente ou convive com alguém assim? É muito comum as pessoas não desejarem saber sobre alguns fatos que estão bem diante delas. Estamos habituados com frases feitas como:"o que os olhos não vêem o coração não sente", ou "pensar dói", "não quero nem saber...", "vamos colocar panos quentes" ou ainda, a crença que devemos colocar para debaixo do tapete situações ou atitudes das quais não concordamos ou que nos machucam e por isso mesmo, tendemos a fugir, negando o que é óbvio. Mas quais as conseqüências disso? Muitas!

Em algum momento aquilo que, até então, estava escondido pode se manifestar de alguma forma, seja por um sintoma, doença, acidente, angústia, insegurança, tristeza, culpa, arrependimento, entre outros; e muitas vezes sequer relacionamos o fato a situações mal resolvidas e acumuladas ao longo do tempo. Isso acontece porque ainda que nossa consciência queira negar, tudo é registrado pelo inconsciente. Ou seja,uma situação não deixa de existir apenas porque a negamos. Quando evitamos a verdade, estamos omitindo de nós mesmos o que sentimos e nos negando a possibilidade de evitar conflitos futuros. Que com certeza irão existir.

Em algumas situações, pode até ser mais prudente adiar a conversa sobre o que aconteceu e como nos sentimos, mas isso não significa deixar pra lá, como muitas pessoas preferem. Em algum momento de nossa vida, o deixar pra lá vai ressurgir e em geral, de maneira muito mais intensa, pois irá se somar a muitas outras situações que também foram deixadas pra lá. É a famosa última gota que faz tudo transbordar! Transborda a paciência, tolerância, a raiva, o ressentimento, as mágoas, podendo comprometer a amizade, admiração, e até o amor!

Quando somos acusados injustamente por algo que não fizemos, é natural que tentemos nos defender, mas nem sempre fazemos isso, pelos mais diferentes motivos. Alguns alegam que é para evitar brigas, outros sentem dificuldade em demonstrar o que sentem diante de alguma situação, outros ainda querem tanto agradar que nem pensam na possibilidade de dizer o que pensam, enfim, no fundo queremos poupar o outro em detrimento de nosso próprio sofrimento. É justo? Não quero defender a idéia de que devemos brigar por tudo, mas saber impor limites e nos fazer respeitar quando alguém nos invade, nos machuca, deve ser entendido como saudável e não como mais fonte de brigas. Se a briga acontece porque você demonstrou que não gostou de uma acusação, uma palavra ou gesto que te ofenderam, na verdade está lidando com uma pessoa imatura e que não suporta ser contrariada.

Já percebeu que algumas pessoas têm a necessidade de inferiorizar o outro com brincadeiras inadequadas e desagradáveis? Sabe por qual motivo agem assim? Em geral, para sentirem-se superiores. É certo com você mesmo agir como se nada houvesse acontecido? E nos relacionamentos afetivos? Quantas pessoas não sabem nada da vida do outro? A parte financeira é algo sigiloso até entre os casais. E sabe o que aconteceu com um casal que conheço? O marido veio a falecer num acidente e a esposa ficou totalmente perdida e sem nenhum recurso financeiro, pois nada sabia sobre isso. Quantas histórias você conhece que aconteceu isso? Se não conhece, saiba que é muito freqüente.

Outra situação muito comum é de pessoas que buscam sempre agradar ao outro e cedem em tudo, deixam que o outro escolha a comida, onde viajar, o filme que irão assistir, e assim, com o tempo acabam se tornando desconhecidas de si mesmas, sem saber mais o que gostam. E não é surpresa se o outro deixar de ter a admiração e atração que tinha por você. Afinal, onde está aquela pessoa por quem um dia se apaixonou se ela se tornou uma extensão dele?
Atendi um senhor em meu consultório que durante as férias sua esposa e os filhos foram viajar e ele ficou. Numa noite foi até a pizzaria e não sabia qual o sabor da pizza escolher, pois sempre deixava que esposa e os filhos decidissem. Inconformado, voltou para seu carro e decidiu que não voltaria para casa sem escolher aquilo que queria comer. Demorou quase uma hora, mas conseguiu ouvir a si mesmo e fazer sua escolha. Depois disso, sempre que vão comprar pizza ele pede que ao menos dois pedaços sejam com seu recheio preferido. Parece brincadeira, mas isso mostra o quanto nos perdemos até para fazermos escolhas tão simples como uma pizza, quem dirá para outras coisas. Sim, é importante cada um ceder em algumas situações, mas isso não quer dizer fazer o que agrada apenas para um. Relacionamento é troca, em todos os sentidos. E aquelas pessoas que estão sempre fugindo de uma conversa mais séria, evitam falar o que não gostaram para não machucar o outro ou evitar maiores aborrecimentos, devem pensar no quanto já estão machucadas, o quanto estão permitindo serem desrespeitadas, talvez até porque nunca aprenderam a se respeitar.
Pense sobre isso. Não coloque o que sente para debaixo do tapete, pois poderá chegar um momento em que terá tanta sujeira, que você não conseguirá sequer mais enxergar o outro à sua frente, e sequer a si mesmo. Converse, converse muito sobre tudo, afinal, o diálogo é o que nos faz seres humanos e nos aproxima de quem tanto amamos.

O Que Sou? :: Saul Brandalise Jr. ::

Dias atrás conversava com um amigo que estava demonstrando beirar o processo depressivo. Nada estava bom para ele.
Sentava-se isolado e ficava olhando o nada. Com os pensamentos distantes e, obviamente, sempre analisando as coisas pelo lado ruim.
Quando conversava com as pessoas, falava sobre acidentes, sobre seres que estavam indo para o hospital, e potencializava as dificuldades. Assuntos que só agregavam energia negativa e enfatizavam o lado ruim das pessoas.
Maior evidência de que ele estava mal era impossível.
Cheguei perto dele e perguntei, apesar de saber de antemão a resposta:
- Tudo bem?
Hein? Respondeu, numa nítida demonstração de que estava muito, mas muito distante de si e da realidade em que estava vivendo. Porém, "voltou onde estava" com a minha abordagem.
- Tudo bem? Repeti para ele.
Sim, sim, tudo bem... rebateu querendo entrar de cabeça no novo momento e mascarar-se como se estivesse bem. Fingia, na realidade.
- Você já se perguntou: O QUE SOU?
Como?
- Você já se perguntou: O QUE SOU? Repeti olhando firme em seus olhos.
Ele desviou o olhar e disse:
Não entendi...
- Entendeu, sim. Eu lhe perguntei se você já se perguntou: O QUE SOU?
Não, não me perguntei ainda. Nunca pensei nisso. E o que isso tem a ver comigo?
- Tudo, respondi. Se você não sabe o que é, poderá pegar qualquer caminho que nunca irá chegar a lugar algum. Jamais saberá entender o que acontece à sua volta, consigo mesmo e com a sua vida. Será um eterno seguidor e permitirá que outros o manipulem. Completei.
Pensava em algo parecido... Por que as coisas estão ficando difíceis? Por que eu não consigo me superar e onde está a origem do problema? Já faz dias que me preocupo em resolver esta pepineira toda e parece que a cada dia tudo fica maior...
- Exatamente por isso. Tudo fica grande quando não sabemos o que somos. Quando agimos desta forma, as coisas na vida são "coincidências", as pessoas "aparecem" sem que saibamos por que. As doenças se fazem presentes rapidamente. Ficamos fragilizados, gripados, com dor de cabeça, enxaqueca, etc.. E só dá vontade de sumir do mapa... Não é verdade?
É sim. É verdade. Disse.
- Então, que tal você se perguntar e responder para si mesmo: O QUE SOU?
Pois esse é o problema... Não sei. Retornou...
- É fácil verificar que você não sabe. Basta olhar para sua postura e atitude... VOCÊ É ENERGIA, meu amigo. Portanto, é refém da energia que produz para si mesmo. Seus pensamentos são a sua fonte de alimento energético. Eles brotam de seus valores e da forma como você vive. Depois de pensar, agimos. Ou simplesmente não fazemos nada. É SEMPRE NOSSA ESCOLHA o caminho que iremos seguir. Normalmente é mais cômodo não fazer nada e responsabilizar os outros por nossos fracassos. Porém, se estamos conscientes que somos reféns da energia que produzimos, começamos a policiar nossos pensamentos e também o que verbalizamos. Conviver com pessoas que só falam mal dos outros nos deixa, igualmente, mal.
Diante disso é muito melhor evitar falar de acidentes, de maldades, de fofocas e da desgraça em si. Inverter o rumo -na realidade- e começar a agregar coisas boas em nossa mente. Precisamos cuidar do que pensamos para que assim não estejamos em estado de maldade. Quando ficamos irritados levamos seis horas para recuperar a serenidade. Ora, se nossa vida é um buraco de problemas, como queremos ser felizes e saudáveis? Quando não se está bem o melhor é parar de tomar decisões. Ir para um canto e meditar. Acalmar a mente e logo recuperar a boa energia.
É com a boa energia que adotaremos as atitudes adequadas à nossa vida...

Hoje, o meu amigo, depois de saber que é pura energia, policia o que pensa e mudou até sua fisionomia... Está aparentando ser mais jovem... Na realidade é a jovialidade da alma que se faz presente agora em sua vida e em suas atitudes.
É nossa opção o que produzimos de energia e também com que passaremos a conviver no presente e no futuro. Sou o que decido ser.

Cuide-se. Sei que nos veremos.
Beijo na alma

sábado, 19 de junho de 2010

Arriscar-se para prevenir :: Bel Cesar ::



Certa vez, escutei um mestre budista dizer: "Existem duas formas de sair do sofrimento: uma via inteligência, outra via sofrimento. Em geral, escolhemos a segunda, porque só quando o sofrimento se torna insuportável é que nos decidimos a buscar soluções que nos ajudem a superá-lo".

Assim como a medicina ocidental está mais voltada para tratar das doenças do que para preveni-las, estamos mais condicionados a buscar formas de superar o sofrimento emocional só quando sentimos a dor de termos ultrapassado nossos limites. Ou seja, será que é preciso tocar o limite de nossa dor para mobilizarmos as forças para sair dele? Temos que sofrer para almejar algo melhor para nossa vida?

Infelizmente, muitas vezes preferimos nos acomodar a nos arriscar. Assim, perdemos as janelas de oportunidade que a vida nos oferece. Mais tarde, nos arrependemos quando sentimos as consequências de termos passado do ponto. Aí, temos que fazer um esforço extra para nos darmos uma nova chance.

É preciso ter força física, mental e emocional para arriscar-se. Em nosso corpo temos dois hormônios responsáveis por nos gerar formas distintas de coragem. O cortisol, que nos dá a força de defesa, e o DHEA, que nos ajuda a ter a coragem para nos aventurarmos diante dos desafios.

O psiquiatra Dr. Sergio Klepacz nos esclarece que quando somos jovens, os níveis de DHEA costumam ser bem maiores que os do cortisol. Quando envelhecemos, em geral, acontece o contrário, nosso DHEA cai e o cortisol sobe. Isso pode explicar a coragem e o destemor do jovem e a resignação e o acuamento do idoso.
Por que não cuidamos do corpo para aproveitar a maturidade da vida adulta enquanto temos força e coragem?

É muito interessante saber que o DHEA começa a ser secretado pela suprarenal entre os oito e dez anos de idade, atingindo seu pico entre os vinte e trinta anos. Aliás, a fase da vida mais apropriada para a reprodução. A partir de então, o DHEA começa a decrescer atingindo, aos 80 anos, 20% do seu valor máximo.
O problema é que diante do estresse da vida diária, o cortisol também tende a subir. Por isso, muitas vezes sentimos que gastamos mais energia nos defendendo da vida do que sendo criativos.

Conforme envelhecemos, deixamos cada vez mais de correr riscos desnecessários, pois estamos voltados a encontrar prazer em ambientes e relacionamentos mais seguros, onde podemos finalmente relaxar, descansar.

A princípio não há nada de errado em encontrar uma zona de conforto segura e agradável. Mas, o ponto é que ela só existe por tempo limitado. Se não somos nós a buscarmos novos desafios, eles chegam até nós...

O conforto é bom, mas não podemos ficar viciados nele, pois a sua realidade é instável. O mestre budista Trungpa Rinpoche alertava em seus ensinamentos sobre o perigo de usarmos o conforto para escapar da nossa inquietude ao invés de conhecê-la. Ele ressaltava que verdadeira ausência do medo não é a sua supressão, "mas, sim, o ato de ir além dele, superá-lo". Para tanto, temos que conhecer nossos desconfortos, como medo, ansiedade, nervosismo, preocupação e inquietação. Pois eles revelam tanto nossas falsas percepções como nos dão a possibilidade de não segui-las.

Na realidade, mesmo quando a vida está tranquila, temos que mobilizar nossa coragem interior. Mas, quando estamos diante de dilemas maiores torna-se imprescindível ter a coragem de se arriscar. Assim como disse certa vez Al Gore: "Não arriscar nada é arriscar tudo".

Afinal, por que não se acomodar? Primeiro, porque não solucionamos o desconforto do sofrimento; segundo, porque de um modo ou de outro temos que seguir em frente... Então, é melhor não acumular frustrações, mas, sim, superá-las!

O Homem Ontem, Hoje e Amanhã... por Nelson Sganzerla - nelsonsganzerla@terra.com.br



Meu querido pai, que hoje mora no céu, casou-se com minha mãe e juntos viveram anos a fio, passaram das "Bodas De Ouro" e, como companheiros um do outro, viveram juntos na saúde, na doença, na pobreza, na riqueza -tal qual o padre falou- e juraram fidelidade um ao outro.

Tenho como parâmetro para falar do "Ontem" a vida do meu pai aqui na Terra, apesar de simples e de muito trabalho. Não tenho como recordação nada que o desabonasse durante os seus anos de vida.

Trabalhou durante anos na mesma empresa, com responsabilidade e assiduidade sem ter tido ao menos uma falta sequer durante toda a sua vida profissional, só saiu porque se aposentou e teve o descanso merecido pelos anos de trabalho.

Meu pai apesar da falta de estudo, ensinou-me a ser cordato, ter educação e principalmente respeito pelas pessoas; deu-me carinho, atenção e jamais senti o peso da sua mão em minhas costas a não ser para me abraçar.

Meu pai foi um homem de "Ontem", com seus valores, seu trabalho e seu respeito pelas pessoas, por isso foi muito querido e ao longo da vida teve muitos amigos e nenhum inimigo.

O homem de "Hoje" como parâmetro não se encaixa àquele homem de "Ontem", como foram tantos iguais ao meu pai, que tinham respeito, que tinham sinceridade, que eram simples, mestres em lição de vida e que aqui na Terra passaram e hoje também moram no céu.

O homem de "Hoje" se perdeu, está sem rumo, não tem a força que tinham os homens de ontem, não ama mais, falta-lhe o talento para a vida, a habilidade para o trato com a companheira.

O homem de "Hoje", não tem a certeza de quem seja, do que representa e daquilo que esperam dele, e do que ele mesmo espera de si, o homem de "Hoje" transgride, desrespeita. O homem de "Hoje", busca aquilo que nem sabe ou nem tem certeza de querer.

O homem de "Hoje" quer ser sempre o melhor, não faz nada direito e cobra de quem faz, não tem comprometimento a não ser consigo mesmo; engana, dissimula e acha correto.

O homem de "Hoje" não consegue aprender, portanto, não sabe ensinar, quer sempre a vantagem sem o merecimento, detesta a sua vida, mas inveja a do outro; reclama do dia antes mesmo do sol raiar, deseja sempre o sim, mas não sabe ouvir o não.

A verdade sempre é cruel para o homem de "Hoje", não suporta a rejeição; tem medo da solidão e não sabe o que é comunhão.

O homem de "Hoje" é vão, vago e genérico; não cria, imita, critica, não participa, fala e não sabe ouvir; falta-lhe postura, falta-lhe cultura, falta-lhe o berço, falta-lhe apego, falta-lhe sossego.

O homem de" Hoje", não dá Bom Dia! E de tudo desconfia, não abraça, não aperta a mão; é superior, é doutor, é professor, mas esquece de ser pessoa.

O homem de "Hoje" grita para ser ouvido e não ouve o grito do clamor da ajuda, é atencioso com a intenção da recompensa e extremamente desatencioso com o que não lhe interessa.

Esse é o homem de "Hoje", diferente do meu pai, do seu pai, de todos os pais e de todos os homens de "Ontem"; vil, cruel, insensato, orgulhoso, meticuloso, déspota, ardiloso, criminoso, prepotente, indiferente, arrogante, mal educado.

O homem de "Amanhã", ainda não veio, ainda não está pronto, está sendo moldado, preparado para assumir o lugar do homem de "Hoje" e comandar com mãos de algoz ou de salvador, irá depender muito do que nós "Homens de Hoje" iremos deixar a eles como legado... quais valores serão passados?

Certamente, esses homens de "Amanhã" terão a tecnologia como ferramenta, a informação estará circulando em alta velocidade, de uma maneira que mesmo nós com algum conhecimento não conseguiremos acompanhar.

E rezemos para que, juntamente com toda essa tecnologia e toda essa informação, estejam também anexados o amor, a compaixão, o perdão, a esperança, a bondade, a alegria de viver, a educação e o respeito pelo ser humano, como tinha o homem de "Ontem".

Pense nisso.

Dê atenção às suas tendências! por Flávio Bastos - flaviolgb@terra.com.br


O comportamento é a forma como nos apresentamos socialmente, ou seja, a expressão de nossos sentimentos, emoções e maneira de ser que envolvem nossos atos no cotidiano da vida. O comportamento, portanto, é a nossa imagem projetada no meio sócio-familiar.

Essa imagem, muitas vezes, sem percebermos, carrega consigo tendências ou vícios de comportamento como a leviandade, a criticidade exagerada, o sarcasmo, entre outros defeitos de caráter...

Características pessoais que acabam tornando-se "marca registrada" de nossa personalidade e influenciando na construção de nossa imagem projetada no âmbito das relações humanas.

Não seria problema se essas tendências comportamentais não cristalizassem com o passar do tempo, levando o indivíduo a se tornar um crítico da "própria sombra", ou um sarcástico de assuntos considerados sérios, ou ainda, um observador leviano contumaz...

Tendências ou vícios comportamentais são características individuais que interferem negativamente na evolução do espírito, pois são mecanismos de atuação psíquica, que ao interferirem no fluir do autoconhecimento, impedem que a fé ou a crença se fortaleçam.

O desenvolvimento da autodisciplina é imprescindível no sentido de "combater" tendências ou vícios de comportamento. A autovigilância, quando levada a sério pelo indivíduo que deseja, convictamente, transformar-se moralmente, já é meio caminho andado para uma tomada de atitude renovadora em sua vida.

Libertar-se dos vícios de caráter que nos acompanham há muito tempo, sempre é um desafio espinhoso, mas não impossível de superar quando a firme vontade está associada à perseverança no Bem.

A falta de disciplina inserida na filosofia de vida, assim como a falta do lúdico quando a disciplina é exagerada, causam desequilíbrios na esfera comportamental do indivíduo, com repercussões no âmbito das relações afetivas. No entanto, para que se processe naturalmente a expansão da consciência, não podemos abdicar do senso de auto-responsabilidade como requisito básico para que a autodisciplina seja fator importante na conquista de etapas do autodescobrimento.

Uma mente muito dispersiva, confusa e perdida no hábito-vício da crítica negativa, do sarcasmo ou da observação leviana, representa uma consciência paralisada no seu processo de autoconhecimento.

Toda situação de tendência comportamental exagerada, característica que a pessoa carrega consigo no dia-a-dia e da qual não consegue libertar-se, com repercussões desagradáveis em seus relacionamentos interpessoais, é passível de ajuda psicoterapêutica.

Quando nos encontramos em um labirinto vital com dificuldades de visualizarmos a saída, é momento de prestarmos atenção ao sinal de alerta que nos avisa sobre a necessidade de buscarmos ajuda para que a saída seja encontrada.

Viver - e morrer - com vícios comportamentais que afastam pessoas que poderiam acrescentar, e atraem outras que afinizam conosco, mas que nada acrescentam em termos de crescimento pessoal, é uma perda de tempo para o ser dotado de inteligência e de imensa capacidade de amar e ser amado.

Amadurecimento, como já registramos, implica em disciplina e senso de responsabilidade consigo próprio e com o mundo de relações que nos cerca. Conviver na crítica exagerada ou no sarcasmo como forma sutil e indireta (transferencial) de agressão, é atitude infantil de defesa que exige, no mínimo, reflexão.

Prestar atenção às suas tendências negativas ou vícios comportamentais, é dever de quem pretende amadurecer na esfera de suas emoções e sentimentos não resolvidos.

Hoje, temos a clareza em relação à somatização de doenças, como a úlcera gástrica e o câncer, originadas pelo fato da pessoa ser amarga, crítica e severa consigo mesma, com o outrem e com o mundo.

Não nascemos por acaso e não viemos ao mundo à toa. A nossa estadia na dimensão física tem um significado que transcende em muito as nossas incompreensões e dúvidas a respeito de nossa existência.

Se quisermos crescer com a oportunidade dada, resta-nos perceber o momento vital para encaminharmos as mudanças de atitudes das quais necessitamos. Caso contrário, permaneceremos céticos e indiferentes vendo a vida passar através de nossa limitada visão.

Erradicar vícios comportamentais através de um melhor nível de autoconhecimento é obrigação de quem luta para libertar-se de atávicas acomodações que interferem negativamente no processo de evolução consciencial.

Portanto, estará sempre o ser inteligente diante do maior de seus desafios: tranformar pelo processo de reforma íntima, vícios e tendências negativas em atitudes positivas, enobrecedoras que elevam o espírito.

Psicoterapeuta Interdimensional.

Agora tudo parece mais calmo... :: Rubia A. Dantés ::


Às vezes nos acontecem experiências tão fortes que nos marcam para sempre... e não passam despercebidas pela emoção que nos causam.... outras vezes, coisas muito simples que nos acontecem sutilmente e quase passam despercebidas.... mas... se observamos a mudança que elas estão sinalizando isso nos dá um impulso enorme porque nos mostra que já alcançamos a liberação de algumas coisas...

Dessa vez, foi uma coisa assim... bem sutil e quase imperceptível que me mostrou novas possibilidades...

Me vi diante de uma situação na qual sempre achava que tinha que fazer algo... e dessa vez, naturalmente... não fiz... não falei nada... e me senti tão bem dentro de mim... com tanta calma que, de repente, percebi me observando livre de algo... vi o exato momento em que não reagi só por reagir, e a seguir percebi a liberdade em que me encontrava naquele espaço interior de calma e observação silenciosa...
Percebi que reagia àquela situação inúmeras vezes porque de alguma forma me sentia devedora... e sempre achava que tinha que fazer alguma coisa.

Agora... quieta e silenciosa, podia desfrutar da liberdade de não "ter que"...

E foi tão especial aquele momento onde me vi em um estado de consciência de não-reação... sem me sentir devedora de nada, que a liberdade me envolveu com suavidade e, a partir daí, algo mudou profundamente dentro de mim...

Parece que as memórias nos fazem sempre reagir por nos sentirmos devedores... culpados... vítimas... e a maior parte do tempo estamos agindo compulsivamente, sempre fazendo alguma coisa... ou falando alguma coisa... só para colocar palavras e atos o tempo todo em todas as situações.

Já notaram como sempre estamos falando quando estamos com alguém, quase como se o silêncio fosse algo absurdo?

Agora tudo parece mais calmo e consigo perceber que posso ficar quieta diante de uma situação sem ter que estar o tempo todo "fazendo" alguma coisa... falando alguma coisa... e tenho percebido como é bom fluir com o silêncio...

E foi com surpresa e alegria que me percebi assim... e credito isso muito, à minha prática do Ho'oponopono que tem me encantado cada vez mais...

Vamos limpando... limpando... até que um dia percebemos as mudanças nítidas e reais acontecendo dentro de nós.

A cada aparente "problema", que hoje sei é muito mais oportunidade... faço Ho'oponopono... seja o que for... um sonho... um pensamento triste... uma doença... quando entendemos que tudo vem de memórias equivocadas e que temos nas mão ferramentas para liberá-las, estamos criando uma realidade mais leve para todos... uma realidade onde podemos exercer nossa verdadeira natureza com liberdade...

A busca da Felicidade :: Elisabeth Cavalcante ::


Todo ser humano, sem exceção, anseia pela felicidade. E, infelizmente, para a maioria de nós, ela parece um objetivo quase sempre inatingível.

É claro que para cada um a felicidade terá uma face, muitos a enxergam como a realização de todos os seus sonhos materiais, outras, ao contrário, só acreditam que ela seja possível se vier na forma da realização afetiva.

Não importa a definição, invariavelmente a felicidade depende de fatores e condições exteriores a nós. Por essa razão, nos surpreendemos e muitos até mesmo se mostram indignados, quando lhes dizem que a felicidade independe de qualquer condição exterior, mas é um estado natural, intrínseco ao ser.

Somente aqueles que já experimentaram, ao menos uma vez, o contato com a dimensão espiritual de seu ser, sabem exatamente do que se trata. Tomar consciência do domínio da mente e das emoções negativas que a acompanham, é um passo essencial para que este processo aconteça.

E, ao entrar nesta nova dimensão de nosso ser, resgatamos algo muito valioso sem o qual nenhuma felicidade é possível: a capacidade de amar e aceitar profunda e incondicionalmente a nós mesmos. A menos que o amor se torne nossa natureza predominante, continuaremos acreditando que não somos merecedores de bênçãos.

Esta crença negativa nos levará a aceitar o desrespeito, a exploração e outras formas de violência que o mundo quiser nos impor. Enquanto não nos tornarmos capazes de enxergar todo o potencial que habita em nosso interior, a felicidade continuará a ser apenas um sonho distante.

"Todo o amor do mundo pode ser dado a você, mas, se você decidir ser infeliz, permanecerá infeliz. E você pode ser feliz, imensamente feliz, por absolutamente nenhuma razão - porque a felicidade e a infelicidade são decisões suas.
Leva muito tempo para perceber que a felicidade e a infelicidade dependem de você, porque é muito confortável para o ego achar que os outros estão fazendo você infeliz. O ego insiste em dar condições impossíveis, e ele diz que primeiro essas condições precisam ser satisfeitas e somente então você poderá ser feliz. Ele pergunta como você pode ser feliz em um mundo tão feio, com pessoas tão feias, em uma situação tão feia.
Se você observar corretamente, rirá de si mesmo. É ridículo, simplesmente ridículo. O que você está fazendo é absurdo. Ninguém está nos forçando a fazer isso, mas insistimos em fazê-lo - e gritamos por socorro.
E você pode simplesmente sair disso; trata-se de seu próprio jogo - ficar infeliz e depois pedir simpatia e amor. Se você estiver feliz, o amor fluirá em sua direção... não há necessidade de pedi-lo.
Essa é uma das leis básicas. Exatamente como a água flui para baixo e o fogo flui para cima, o amor flui em direção à felicidade". Osho

domingo, 13 de junho de 2010

A Jornada :: Elisabeth Cavalcante ::



Todos os seres humanos que, em algum momento de suas vidas, começam a questionar as razões de seu sofrimento e a desejar um meio de libertar-se dele, são chamados de buscadores.

Isto porque a busca de uma resposta para esta questão passa a ocupar um lugar central em suas vidas. Ao serem tomados por esta necessidade, serão capazes de ir até os confins do mundo, se necessário for, para encontrar alguém que lhes sirva de guia nesta jornada.

E, invariavelmente, os mestres que encontrarem ao longo do caminho, se forem de fato verdadeiros, lhes dirão que a resposta se encontra dentro deles. A procura exterior é apenas o início do processo, mas sem que ocorra o movimento inverso, nada poderá ser alcançado.

Para aqueles que anseiam por fórmulas prontas, que lhes forneçam uma solução imediata para suas angústias, essa é uma resposta bastante frustrante.

Indagam-se por onde começar uma viagem que, a princípio, não sabem onde vai dar. Estas questões são comumente colocadas pela mente, pois é ela quem sempre tenta nos manter prisioneiros da razão, apenas aceitando aquilo que pode ser visto, tocado ou comprovado pela ciência.

Entretanto, a percepção interior é uma realidade para aqueles que iniciaram a jornada em busca da verdade acerca de si e da existência. Ela prescinde da mente, pois tem sua base na intuição, o canal através do qual nosso eu espiritual se manifesta.

A sabedoria, - que leva à paz e a um estado isento de angústia e ansiedade -, só pode ser alcançada através da paciência e da vontade. Sem estes atributos, desistimos antes mesmo de começar a jornada.

"...o autoconhecimento tem que ser a única busca, tem que ser o único objetivo; porque se você conhecer todo o resto sem conhecer a si mesmo, isto não significará nada.

...Quando você mesmo permanece na escuridão, pode reunir milhões de luzes à sua volta, mas elas não o preencherão de luz. Apesar delas, você continuará na escuridão. Viverá e se moverá na escuridão. A ciência é esse tipo de conhecimento. Você conhece um milhão de coisas, mas não conhece a si mesmo.

...Você tem de estar iluminado por dentro, a escuridão deve desaparecer do seu interior, então, por onde quer que você ande, a sua luz interior incidirá sobre o caminho.

...E esse movimento com luz lhe dá um ritmo, uma harmonia, que é a felicidade. Então, você não tropeça, não esbarra, não tem mais conflitos. Você se move mais facilmente, seus passos são uma dança e tudo é satisfação. Você não quer mais que alguma coisa extraordinária aconteça. Você é feliz. É simplesmente feliz no seu ser comum. E a menos que você se sinta feliz sendo comum, jamais será feliz.

Você é feliz, apenas por respirar, você é feliz por ser, é feliz apenas por comer, por poder dormir mais uma noite. Você é feliz. Agora a felicidade não deriva de nada - ela é você. Um homem que se conhece é feliz, não por qualquer razão, sua felicidade não tem causa. É simplesmente feliz. Para onde quer que se mova, leva consigo a sua felicidade. Se você o atira no inferno, ele cria à sua volta, um paraíso; com ele, um paraíso penetra no inferno.

Como você é, ignorante de si mesmo, se pudesse ser jogado no paraíso, conseguiria criar um inferno, porque você carrega consigo o seu inferno.
Vá aonde for, isso não fará muita diferença, você terá à sua volta o seu próprio mundo. Esse mundo está dentro de você, é a sua escuridão.
Essa escuridão interior precisa desaparecer - é isso o que significa autoconhecimento".
OSHO - A Harmonia Oculta.

Agora é hora fluir com o Amor... :: Rubia A. Dantés ::


Depois de tantas buscas... encontros e desencontros, aprendi mais um pouco a fluir com a vida, sem resistir tanto, nem tentar controlar tanto as coisas...
Se eu tivesse aprendido isso seria tudo... porque tudo que a Vida nos pede é para fluir com ela...

No início era assim... um fluxo contínuo.... um pulsar natural como o ritmo do coração que vibra o Amor Maior...

Um mar de energia borbulhante... de Plenitude...

Depois... nos esquecemos que podíamos confiar no Grande Mistério e que tudo nos chegava assim... naturalmente, momento a momento, na medida do necessário... nem mais... nem menos.

E aos poucos fomos aprendendo a querer controlar as coisas... guardando experiências... e isso já nos tirou do fluxo do eterno presente, pois... se tentamos repetir no presente o que deu certo no passado, já estamos vivendo de memórias... já estamos vivendo de passado e impedindo que o único tempo que existe nos ofereça sua riqueza infinita.

E assim fomos criando histórias e acreditando nelas... e repetindo infinitas vezes as mesmas coisas...

Nos acostumamos a acreditar que o poder estava fora de nós... Nos esquecemos do nosso maior poder que é a possibilidade da conexão direta com o Sagrado que habita silencioso no profundo de cada um...

Tínhamos tudo e não tínhamos nada... porque preferíamos acreditar no que vinha de fora do no que temos dentro... E assim... pouco a pouco fomos sendo controlados por muitas coisas... Coisas que nos faziam crer, dar total segurança... e por ilusão ou cegueira coletiva íamos seguindo... e seguindo... seguindo tudo que nos mandavam seguir... Menos o nosso coração... que em nenhum momento dessa longa história parou de pulsar nos chamando para o caminho...

Tum... Tum... Tum... Pulsar...
Alguns começaram a escutar esse chamado e a ter coragem de seguir esses caminhos, contra tudo e contra todos... outros e mais outros foram chegando... e mais e mais... até que um dia, começamos a fluir de novo com a Vida... por momentos raros... ou nem tanto... mas que já nos dão um gostinho do que é desfrutar daquilo que é nosso por direito Divino.

Fluir com a Vida momento a momento e receber o presente não requer esforço... mas requer Entrega... e Fé...

E é aí... nesse tempo maravilhoso de reconexão, que nos encontramos... um tempo único... um tempo mágico onde possibilidades se oferecem a quem tem coragem de experimentar... a quem acredita que merece todas as coisas boas...
É nesse tempo que estamos... um tempo de conflitos... de caos... de mudanças profundas... mas de riqueza infinita.
Será que vamos nos acomodar na posição de vítimas ou vamos nos abrir para aproveitar todas as oportunidades que esse tempo nos oferece... Será que vamos continuar como "seguidores" ou vamos nos arriscar a conhecer a nossa maior força...

Até hoje fomos muito guiados pelo medo...
Agora é hora fluir com o Amor...

Degraus de Luz

Pensas que estás aqui para passar por provas de fogo...
Isso não esclarece os planos de Deus para ti.
Pensas assim, porque não lembras da tua verdadeira origem.
Por ser assim, sentes que estás só, desprotegido e crias, para ti, um mundo de ilusões;
feito com o propósito de dar-te segurança e proteção;
onde estabeleces o que é melhor para ti, não reconhecendo a dedicação e nem o amor do teu verdadeiro Criador.
Passas, então, a acreditar que és feito para viver ao acaso;
que és feito para a dor e a confusão.
E assim, te perdes e cansas.
Não conseguindo atribuir valor à vida e nem ao próximo.
Deus, conhecendo tanto Seu Filho, sabia que este poderia acreditar naquilo que ele mesmo criou, então, ordenou que uma centelha de luz o acompanhasse para que ele nunca se perdesse completamente do seu verdadeiro destino.
E assim, mesmo por breves momentos, sentes o amor e a luz, que logo desaparecem diante da tua forte crença na separação.
Há degraus de areia, onde pisas e cais novamente, alimentando assim, a eterna ilusão de que és frágil, que não podes chegar a lugar algum.
E, há os degraus de luz, que pisas e a tua alma salta ao encontro de Deus;
alimentando a eterna segurança de que és abençoado e protegido num casulo de paz e inocência.
A ti é concedido o discernimento preciso das situações.
Saberás que escolheste errado quando não sentires paz.
Opta pela luz, e sentirás teu ser restaurado no reconhecimento Daquele que te abençoou eternamente.

sábado, 12 de junho de 2010

Em busca da Paz Interior por Claudia - auroradeluz@terra.com.br



Todos nós somos presos a padrões, alguns impostos por nossa sociedade, outros que repetimos por milhares de anos a fio. Alguns deles são nocivos ao nosso ser, causando-nos estresse, doenças e milhares de outros problemas. Outros vão frontalmente contra o que nosso ser acredita.

Quando isso acontece, ficamos sentindo aquele peso em nosso coração, aquele incômodo que vem de dentro e fica lá remoendo e, muitas vezes, não sabemos como ou por que aquilo foi parar ali. Às vezes, em nossa vida carnal parece estar tudo em ordem, mas aquele sentimento incômodo insiste em vir de dentro como um alarme soando dizendo-nos que algo está errado, que algo não está bem, mas você simplesmente não tem idéia do que seja.

É por bem nesses casos, se interiorizar, aprender a escutar a si mesmo e a voz que vem do fundo do seu coração. É por lá que a sua alma vai conversar contigo, que a espiritualidade superior vai se expressar. Não espere que se expressem em palavras.

Aprenda a ouvir a voz do coração, aquela que sussurra baixinho dentro de você e não está interessada em responder se você vai conseguir pagar aquela conta ou se vai arrumar namorado. Mas aquela que lhe indica o melhor caminho a seguir para que você se aprimore de verdade como ser humano, que você siga o caminho do progresso do espírito, do amor e o ensina a ter paz.

Vai ensiná-lo a ver o caminho da verdade, da sua verdade, longe dos padrões nocivos da sociedade, das religiões, e até mesmo daqueles padrões nocivos que nós mesmos criamos e estamos alimentando há milhares de anos seguidos e que, por simples comodismo, ou então por falta de escutar aquele sussurro incômodo dentro do peito, ficamos repetindo os mesmos erros.

Amigos, o caminho é o do coração, do amor incondicional e da paz tranqüila. Não dos sentimentos intensos, esses são efêmeros, passam rápido como fogo de palha.

Os sentimentos a serem buscados são os sentimentos tranqüilos que nos fazem sentir bem conosco mesmos, independentemente do que está acontecendo ao nosso redor e em nossa vida. Não aceite menos, não se conforme com menos. Não aceite que aquele sentimento incômodo que bate dentro do seu peito a vida inteira seja seu, lute! Busque os porquês dentro de si!

E não espere que a linguagem do coração seja lógica e racional. Esteja com a mente aberta pois a vida espiritual é rica e diversa e nós somos seres espirituais tendo uma experiência carnal e este corpo de carne é denso filtro que nos impede de ver claramente. Então, não há verdades inteiras por aí, apenas pequenos pedaços da verdade universal que, se fossem reunidas todas juntas formariam a verdade inteira, mas seriam necessário reunir todos os pedaços do universo inteiro, pois apenas as verdades desse planeta não formariam o Todo que chamamos de Deus.

Reflexão para o dia dos Namorados


Desacorrentadas

O amor liberta? De certa forma, sim. Amar faz você desprender-se da razão, incorporar novos hábitos, expandir seus sentimentos, invadir recantos da sua alma nunca antes explorados.
De fato, é bem poético e libertador amar.
Mas tem seus contratempos, lógico. A convivência entre duas pessoas nem sempre é um mar de calmaria, muitas concessões necessitam ser feitas, ou seja, alma gêmea não existe, é conversa pra boi dormir. Ainda assim, é melhor estar amando do que não estar amando. Ao menos até uma determinada idade.

Circulam por aí reportagens que enaltecem o amor aos 70, 80 anos, dizendo que nunca devemos encerrar as buscas, que o amor merece ser encontrado em qualquer etapa da vida. Merece, mas tenho ressalvas a fazer.

Se você alcançou uma certa longevidade e tem um parceiro bacana, mantenha-o, claro. Mas se você está sozinha da silva, já teve vários bons romances na vida e está em paz com a sua solidão, vai procurar sarna pra se coçar a troco de quê?

Há duas mulheres famosas na faixa dos 60 anos que, depois de amarem muito, já manifestaram publicamente a sua desistência de seguir procurando companhia (ainda que eu intua que esse desprendimento ainda vai lhes proporcionar novas surpresas amorosas).

Mas, enfim, são mulheres inteligentes e bem resolvidas, e essa postura de “largar de mão” me inspirou: pretendo seguir a mesma cartilha. Não que eu colecione desilusões, pelo contrário. Não tenho do que me queixar. Já vivi o lado zen e o lado tsunâmico do amor, e o saldo é de puro prazer e gratidão. Sou totalmente pró-amor, nem penso em aposentadoria agora. Mas o agora vai se transformar em depois, e depois é outra história.

Estou sem a menor pressa de que o tempo passe, mas vai passar e quando eu chegar nos meus 60 e tantos, bem saudável, independente e mantendo o espírito da juventude (estão rindo do quê?), pretendo curtir a vida mais do que já curto hoje. E não haverá problema em estar sozinha, caso estiver. Quem tem amigos, não se aperta. Ainda mais quando são amigos de diversas áreas, diversas idades, gente com a cabeça aberta, o humor tinindo, bem informados - existe turma melhor? Depois de uma noitada regada a ótimas conversas, você pega sua bolsa e volta pra casa, pega seu livro, se esparrama na cama e dorme até a hora que quiser, se for final de semana - e se não for, também.

Além de amigos, ter algum dinheiro é importante, lamento tocar nesse assunto desagradável. É ele que possibilitará que você viaje, vá a shows, receba gente querida em casa, se presenteie com pequenos mimos. Sim, você pode fazer tudo isso com um parceiro ao lado, mas não na hora que você bem entender e sem dar satisfações. Tudo terá que ser negociado.

E será preciso abrir espaço na agenda para os amigos dele, a família dele, as carências dele, as doenças dele, as galinhagens dele. Será que, maduríssima da silva, terei tempo e paciência para me dedicar tanto assim à manutenção de uma relação nova?
Sem falar em continuar tendo que se preocupar com o próprio corpo, com as artimanhas da sedução, com o sexo. Ai, o sexo… Sentirei saudades.

Poético e libertador é pensar que nunca estarei sem ninguém, porque chega uma hora em que a gente decide que é alguém, e basta.

Martha Medeiros, escritora e jornalista gaúcha.

A Luz de um Grão de Areia por Maria Cristina - tina.lc@hotmail.com


Não importa em que função trabalhemos, neste momento. Precisamos fazer o que fizermos com muito amor, pois certamente estamos onde somos necessários. Embora, nos dias atuais, a remuneração alta seja um parâmetro essencial a ser buscado, será que precisamos viver a correr atrás de dinheiro, mesmo que à custa de nossa paz interior, do conforto que só nos proporciona a nossa consciência tranquila?

Todos nós precisamos de todos, para sobrevivermos, hoje em dia. Daquele que exerce a mais simples função, até daquela que sequer sabemos que existe. Se algo nos aborrece neste momento, pode ter sido causado pelo erro de alguém e, quando nos alegramos, esquecemos de agradecer ao sem número de outras pessoas que foram direta e indiretamente responsáveis por nosso momento alegre, de bem-estar.

Outro dia, veio-me à mente a imagem de que cada um de nós é apenas um grão de areia, numa imensidão infinita! Apenas unidos aos outros grãos, nos sentimos fazendo parte de alguma coisa grande e visível. Nossa importância é relativa, mas podemos desejar ser um grão de areia iluminado, limpo, transparente, que banhado pela água do mar e pela chuva, pelo orvalho da noite, agradece e procura se conservar limpo e cheio de luz!

A consciência de fazer parte de um Todo incomensurável é muito importante, pois faz com que nos sintamos acompanhados sempre, não com a triste ilusão de solidão! E isto se consegue mudando-se as crenças, incorporando a elas a noção imprescindível de que somos todos um, criados a partir de uma mesma centelha de Luz e Amor e felizes quando nos reconhecemos e assim nos sentimos.

Viver a criticar a todos, buscando sempre os defeitos de tudo que nos cerca, nos faz tristes, infelizes e nos deixa órfãos e sozinhos. Nosso Pai se manifesta em tudo que nos cerca e nós passamos a senti-Lo quando olhamos com reverência e carinho aquilo que nos chega, as pessoas que se apresentam em nosso caminho, as paisagens, animais, toda a Natureza.

Este olhar amoroso certamente nos faz mais compassivos e torna possível a aproximação de muitos, pois a atitude de crítica, mesmo que seja silenciosa, afasta os outros de nós. Desejamos ser acolhidos e não vigiados.

O Amor é aglutinador e o medo separa-nos de todos. É verdade que vivemos momentos difíceis, de muita violência, incompreensão, falta de amor, mas precisamos nos sentir seguros através da oração e união com o divino, para que não passemos a viver sempre a nos defender e acabemos por nos isolar mais e mais.

Como grãos de areia com luz própria, atrairemos situações boas e repeliremos as más. Precisamos confiar nisto e continuar procurando intensificar esta luz! Ela é nossa essência, nossa beleza, nossa proteção. Mesmo se o mal e as sombras se mostrarem mais presentes, confiemos na nossa luz interior, peçamos ajuda para dentro e para nossos amigos espirituais e sairemos vencedores, nesta fase de tantas dificuldades, mas também de tanta possibilidade de evolução.

Diante da imensidão deste Universo infinito, somos apenas um grãozinho de areia... Mas em nós mesmos possuímos este mesmo Universo infinito - estando aí a grandeza de existirmos.

Desabafo de uma criança abandonada :: Rosemeire Zago ::


Desabafo de uma criança abandonada
:: Rosemeire Zago ::

"O modo como fomos tratados quando crianças pequenas é o modo como nos trataremos pelo resto da vida".
Alice Miller

Nesse artigo, peço licença a todos os leitores que sempre acompanham meu trabalho para que hoje eu possa colocar o texto de outra pessoa, a qual atendi e fez um trabalho muito profundo com sua criança interior. Minha intenção é mostrar que quando falamos de criança interior, muitas pessoas, por falta de conhecimento, pensam que é algo supérfluo, sem importância e que não devemos mexer no que passou e que está quieto. Mas se engana quem pensa que só porque não pensa constantemente no passado que ele não interfere no presente.
É claro que muitos de nossos conflitos são gerados por situações muitas vezes externas a nós e do momento presente, mas a maioria dos conflitos são internos e existem por ignorarmos a criança que fomos um dia, com nossos desejos, sonhos e uma ânsia enorme por amor e reconhecimento, que muitos carregam até hoje, adultos.
Quando oriento para entrar em contato com a criança interior, reconheço o quanto é difícil, pois geralmente por medo, ela está bem escondidinha em nosso inconsciente, com todas suas lembranças e mágoas e esperando apenas que a deixemos se expressar. E quando isso acontece, estamos próximos da cura.

O relato abaixo é de uma dessas pessoas que não entendia a origem de seus conflitos internos e muito menos os relacionava com sua infância. A queixa principal quando ela chegou ao consultório era vergonha, uma vergonha exagerada que a fazia sentir que todos rissem dela na rua, entre outras dificuldades. Não foi fácil para que ela conseguisse contato com sua própria criança, como para todos, mas quando ela se comprometeu com esse trabalho e permitiu que sua criança falasse, muitas coisas se esclareceram de acordo com seu histórico.

Quero dividir com vocês essa carta para que possam perceber que é possível ouvir a criança que está aí dentro de você, bem escondidinha, morrendo de medo em ser encontrada por alguém que a abandone ou a maltrate de novo.
Vamos ao desabafo dessa criança que de alguma forma explica a origem de seus conflitos que perduram há anos:

"Eu sou uma garotinha sem graça. As pessoas não olham para mim. Eu sou insignificante. Ninguém me vê. Não tenho atrativos. Minha mãe e meu pai não me dizem que eu sou bonitinha, que eu sou querida, engraçadinha, que tenho luz, que sou especial e iluminada. Eles nem me vêem. Parece que sou transparente. Fico tão encolhidinha, tentando me proteger, parece que estou sozinha no mundo. Tudo à minha volta é ameaçador, como se não tivesse ninguém para me proteger de qualquer perigo. Eu queria mesmo é que eles segurassem na minha mão e fizessem eu sentir a proteção, a força deles, sentir que estavam ao meu lado. Eles não me pegam no colo para que eu sinta o calor deles e meu peito protegido. Sinto um vazio em meu peito, é como se eu fosse ser agredida no peito, tamanho é minha necessidade e sinto que preciso fechar mais ainda meu peito para me proteger. Dói muito esse vazio. Eu quero colo! Eu quero que me apertem no braços para sentir o tamanho do amor deles, mas eles não fazem isso. Dia após dia cresce esse buraco. Tenho vontade de gritar para que eles percebam minha presença e me vejam. Eu choro, choro muito, mas eles não entendem o que eu preciso, pensam que quero comer ou beber, mas eu só quero carinho, atenção, colo, amor, mas eles continuam a me deixar chorando no berço. Na verdade, eles não querem me ouvir chorar. Eles não entendem nada do que eu sinto. São dois insensíveis, como se nunca tivessem sido crianças. Não sentem amor, só cuidam do meu físico, hora de comer, hora de tomar banho, hora de trocar, hora de dormir. Não conseguem compreender o tamanho da minha solidão. Eles não brincam comigo para eu me sentir importante. Não me incentivam, não me elogiam. Eu procuro ser boazinha, e nem assim eles me dão atenção, afeto, calor. Para completar, colocaram uma "bruxa" para cuidar de mim, que só me machuca ainda mais, me maltrata e também ignora minhas necessidades. Minha mãe nem vê o que ela faz comigo. E quando descobre algo, não me acolhe, não vê a minha dor, não me defende. Não me enxerga, e nem vem curar a minha dor, que só aumenta. Parece que ninguém percebe que criança tem mais necessidade de afeto e amor que comida.
E meu pai, onde está? Ele nem vem me ver, passa dias e dias sem aparecer. E quando aparece nem conversa comigo, não me faz mimos, não me dá carinho. Ele não sente nada por mim. Sinto que estou ficando cada vez mais transparente! Dói tanto essa solidão! Será que sou feia, errada, desprezível? Sou tão sem graça, que ninguém me dá atenção? Eles me torturam com essa indiferença. Como que eu queria apenas me sentir amada! Que passassem a mão na minha cabecinha, nos meus braços, nas minhas costas, para sentir o afago e o calor deles. Eu queria ouvir que sou especial, importante, linda, esperta, meiga, doce, que mereço ser amada e ser feliz. Mas do jeito que me tratam me sinto cada vez mais abandonada, rejeitada, como se estivesse atrapalhando algo.
Como pedir que me dêem atenção, brinquem comigo, me façam ninar, me balancem em seus colos, me beijem??? Queria pedir que beijassem meu rosto, que segurassem em minha mão, me pegassem no colo e dissessem que me amam. Mas não posso pedir, sei que eles não querem me dar nada disso, pois se quisessem já teriam me dado e eu não precisaria nem pensar em pedir. Espero que me levem para passear, para brincar com outras crianças. Quero me sentir normal, viver no meio de outras pessoas, assim não vou me assustar quando tiver que ir para escola.
Preciso de segurança para sair de casa e ter a certeza que não vão me abandonar, mas na verdade me abandonam todos os dias. Por favor, me diga que eu não preciso ter medo de nada e de ninguém. Vocês me fizeram viver isolada do mundo, escondida, como se eu fosse um pecado a ser escondido. Não podia nem conviver com pessoas da família. Tinha que ser um bicho do mato. Não podia ser apresentada nem para o mundo real, não é pai? O que eu fiz de tão errado?
Quanta vergonha vocês me fizeram sentir. Não sabia nem do quê, mas morria de vergonha de mim mesma. Quem sou eu, como acreditar e caminhar com segurança diante de tanto desprezo e indiferença? Droga, o que vocês fizeram comigo?"

Talvez você se reconheça nesse desabafo, ou então, resolva ouvir o que sua própria criança tem a falar. Não tenha medo, esse processo a princípio pode causar dor, mas não mais do que aquela que você já tem sentido há muito tempo, talvez há anos, e lhe garanto, é libertador.

Para curar suas feridas é necessário que reconheça sua dor. Você não pode curar o que não reconhece! Quando você experimenta o antigo sentimento e fica ao lado da sua criança interior, o trabalho de cura ocorre naturalmente. Se quiser, poderá escrever. Escreva como se fosse essa criança. O que ela pediria? O que diria? Escreva tudo que vier em sua mente, sem julgamentos. Depois leia o que ela pede e procure atendê-la, seja compreensivo com ela, como esperava que tivessem sido quando era criança.

Muitos conflitos são gerados pela expectativa de aprovação e reconhecimento, que perpetuam por anos, nos trazendo decepções e dor. Lembre-se que as carências que sente hoje podem ser resultado da falta de amor e compreensão que não recebeu quando era criança. Isso não quer dizer que nossos pais não sentiam amor, mas provavelmente eles não podiam dar algo que também nunca receberam. E as crianças não captam apenas o que é verbalizado, mas muito mais o que é sentido por eles. E se os pais transferem falta de amor, atenção, carinho, para a criança, é que, além de nunca terem recebido, também não sentem por eles próprios, ou seja, ninguém pode dar alquilo que não tem, o que se torna um círculo vicioso. E nós, como adultos, devemos entender isso, pois a partir do momento que tomamos consciência do que nos aconteceu, o círculo se quebra.

Cabe a você dar o que não recebeu a sua criança, dando-lhe muito carinho e compreensão que necessita, em lugar de esperar que os outros façam isso por você. Mas para dar o que ela precisa, é importante que você a ouça. Deixe que ela fale tudo que sente. Não critique, não julgue, apenas ouça. Depois que ela falar tudo que quer, procure compreender seus sentimentos mais profundos e respeitar cada um deles. Fazendo isso, irá descobrir que o maior e mais profundo amor é aquele que você pode doar a si mesmo! Faça isso por sua criança, faça isso por você!
E se quiser, depois me escreva contando como se sentiu e o que descobriu de si mesmo.

Saudade sem dor :: Saul Brandalise Jr. ::


Procuro, faz tempo, entender o real significado de 'saudades'. Quais as razões implícitas no conteúdo desta palavra que é tão singular em nosso vocabulário? A pergunta ficou no ar por muito tempo.
O uso da meditação ajudou-me na primeira grande descoberta, quando percebi que saudade deve ser diferente do sentimento de ausência.
Confesso que para mim tudo o que se encaixava no conceito de falta significava saudade. Grande equívoco, não é verdade?
Hoje sei exatamente que ausência é a falta que jamais será preenchida, enquanto saudade é a lembrança de algo ou alguém que marcou muito nossas vidas e que poderá vir a se repetir.
Diante disso, desta descoberta, jamais senti, novamente, a saudade que dói; muito menos, permiti-me sentir a ausência de alguém.
Meu Mestre me ensinou que a ausência tem origem no apego. A matéria é apego. O sentimento é saudade.
Apego gera dependência e falta de iniciativa. Vários e-mails que recebo demonstram que as pessoas não sabem conviver com o apego, que deve conter uma dose consistente de dependência.
Nossa felicidade jamais pode estar vinculada às pessoas que nos cercam, porque cada uma vê e sente a vida pela ótica de sua evolução. Somos nós a projetar nos outros o que esperamos que eles sejam. E isso é um grande equívoco.

Os valores são individuais e ninguém consegue sentir a mesma coisa que o outro, embora estejam vendo, vivendo, ou convivendo, com o mesmo cenário.
Não há, portanto, regra que possa ser aplicada para se gerar a própria felicidade. Como também não existe forma de se explicar a diferença entre saudade e apego. Temos que descobrir, com esforço próprio, esta diferença, sentindo. Para sentir é preciso isolar a matéria envolta no caso e simplesmente deixar que a emoção aflore, sem forma e sem tempo.
Forma e tempo são matéria. Na essência do Universo o tempo não conta. Quer um exemplo? Quando você está absolutamente feliz com a companhia de alguém, o passar do tempo é percebido? Não, né? Pois é. Fora deste planeta não há tempo. Não temos necessidade de dormir. Dormir é físico. Não somos humanos, simplesmente estamos humanos.
Não há apego... Somos felizes.
Do meu passado só admito sentir saudades. Quando percebo que é apego, procuro execrar o sentimento.
Do meu passado elimino todos os cenários que contemplam as dores. Elas são um fardo muito pesado para ser carregado no presente. Elas, as dores, contaminam o meu futuro. Não há como projetar uma boa vida se o passado negativo a contamina.

A morte ensina a dor do apego.
Se seu apego tem dependência, elimine-o.
Se sua saudade tem dor, elimine-a.
Se sua vida não tem saudades, crie-as.
Viver sem este sentimento é o mesmo que cozinhar sem sal... O sabor vai embora.
O amor ensina a "dor" da saudade.
Viver sem o passado ensina a crescer.
Como você vai viver? A escolha é sua. Suas colheitas atuais dependem de suas decisões tomadas no passado.
Não se irrite, nem se culpe, só mude conceitos e valores. Culpa e irritação criam doenças no corpo físico. Agindo assim irá alterar o fluxo de seus pensamentos e atitudes. Obviamente será a seu favor.

Cuide-se. Sei que nos veremos
Beijo na alma

Quando a vida nos testa por Nathalie Favaron - nathamm@terra.com.br



Quem na vida gosta de ser testado? É algo difícil, não é?

È claro que junto com o teste vem a possibilidade de perder ou de ganhar, de ser aprovado ou rejeitado e ninguém gosta de perder ou de ser rejeitado.
Estou tocando nesse assunto porque gostaria de contar para você que hoje passei num teste e estou feliz por isso. Pode parecer pequeno, mas confesso que fiquei espantada com a minha atitude. Nem eu mesma esperava agir daquela forma.

Voltando do sacolão totalmente carregada, com pressa para levar tudo para o elevador, não tive tempo de esboçar nenhuma reação quando a caixa que carregava se abriu e tudo o que estava dentro se espalhou pelo chão da garagem do meu prédio. Fiquei por alguns segundos observando a cena e quando comecei catar as frutas e as verduras... percebi que não tivera um ataque histérico, não praguejara, nem tive vontade de reclamar, sem me sentir insultada pelo ocorrido; nada. Estava tranquila recolhendo as coisas espalhadas, sem sequer achar ruim.
No momento senti uma paz muito grande e agradeci quando vi que nenhum ovo havia se quebrado e assim não tive que limpar uma bagunça maior. Foi só o susto, o inesperado.

Uma cena muito simples, sem nenhum glamour, nenhum aprendizado fantástico. Apenas uma cena corriqueira do dia a dia de uma dona de casa normal. No entanto, me conhecendo, sabendo do meu espírito guerreiro, determinado e perfeccionista, tenho certeza absoluta que se estivesse num outro momento da minha vida eu teria me estressado, no mínimo teria me achado no direito de reclamar do menino do mercado que não vira a caixa rasgada. Com certeza eu teria pensado num culpado e teria ficado com raiva de ter que catar tudo.

Acredito que isso acontece com muita gente, pode ser que aconteça com você que está lendo este artigo, porque a gente se estressa por coisas muito pequenas. Na maioria das vezes brigamos com as pessoas, ou manifestamos pensamentos ruins por coisas sem um sentido maior e com isso poluímos nossa mente, jogamos energia ruim no mundo à nossa volta e geramos um tumulto espiritual, visto qur não deveria fazer parte da nossa vida esse direito de reclamar de tudo o que nos acontece.

Aliás, devo confessar que detesto reclamações. E adoro soluções.
Pessoas que o tempo todo estão prontas para ver os problemas e fazem pouco para resolver, normalmente são pessoas chatas. Não é? Essas pessoas se tornam difíceis na convivência e muitas vezes, sem perceber, vão se tornando rabugentas...

Assim, amigo leitor, fique esperto com seus testes. E se por acaso se deixar levar por uma onda de raiva ou uma contrariedade, quando algo ruim ou inesperado acontecer, siga em frente com serenidade e não se prenda ao erro.

Sempre brinco com meus clientes e alunos que praticar a espiritualidade deve ser aqui e agora, pois a Terra precisa de bem mais anjos do que o Céu.

sábado, 5 de junho de 2010

Honrando o caminho.... a cada passo :: Rubia A. Dantés ::




Estava me lembrando de quanta coisa já vivi nessa minha busca por mim... e de quanta coisa já vivi antes de me dar conta desse caminho... e me deu um sentimento de profunda gratidão por cada passo percorrido.... cada coisa que vivi foi preciosa e não abro mão de nem um pedacinho da minha história...
Foi leve reconhecer que... mesmo onde eu pensava que não estava no caminho... eu estava...
Por isso, honro minha história e a história de cada um...
Entendi que cada um de nós que está -aqui e agora- nesse bendito Planeta Terra, faz parte de um momento muito especial... de raras oportunidades e de grande trabalho.

O crescimento se dá no dia-a-dia, com o que a vida nos traz em oportunidades.... e olha que não são poucas. Parece que o que acumulamos em memórias ao longo de muitas vidas, está vindo à tona para ser liberado, e sem os julgamentos da nossa mente racional, que é presa a padrões que limitam por classificar o que é bom e o que é ruim.... o que é certo e o que é errado... fica mais fácil honrar o nosso caminho, na maneira que conseguimos percorrer...
Sei que algumas vezes parece que não estamos fazendo nada e que as coisas não estão acontecendo para o nosso crescimento, e pode nos dar uma dúvida se estamos no caminho certo... mas as coisas estão sempre acontecendo para o nosso crescimento...

Em um desses momento em que tive essa dúvida, tive um sonho onde um Mestre, que também fugia do padrão do que eu considerava um Mestre... me mostrava que tudo estava certo como estava.... quando acordei, parece que uma janela se abriu e me mostrou infinitas possibilidades além daquelas que eu julgava serem as certas... entendi que os conceitos de certo e errado são muito relativos e nos prendem a limites ditados pelas memórias do que já vivemos.

Parece que estamos no limite entre o velho e novo Tempo... Esse novo tempo que se aproxima a olhos vistos pode nos trazer muitas bênçãos... mas é preciso estar livres de conceitos para receber o que se anuncia.

Nessa época, onde muitas crenças e religiões ditam caminhos, é bom que a gente não se esqueça que o único caminho que liberta é o que está em sintonia com o nosso coração... e por mais fácil e confortável que seja seguir o que nos ditam as muitas vozes que vem de fora, a palavra fina sempre deve vir de dentro.

Quando não podemos mais confiar em tantas estruturas que nos ensinaram a confiar, parece que está na hora de cada um buscar a própria conexão com o Divino que habita em todos nos e que nos faz Um, em expressões diversas e tão únicas.

Não sabemos o que virá porque não cabe nem se adequa ao que vivemos no passado... e, isso pode parecer muito assustador, mas... mais assustador é continuar nessa eterna repetição de histórias que nos prendem ao papel de robôs que só reagem a memórias do que já passou.

Que venha o Novo... e que seja encantado e colorido como sonhos nunca sonhados...
Que seja simplesmente um tempo Feliz...

Fragilidade :: Elisabeth Cavalcante ::



O ego, aquela dimensão do ser que nos permite atuar no mundo material, enfrentar a competição e lutar por nossos objetivos é, ao mesmo tempo, nosso aliado e também nosso ponto mais vulnerável.

Isto porque ele necessita o tempo todo de um aval exterior para poder existir em segurança. Por essa razão, nosso sentido de valor, nosso amor-próprio e nossa autoconfiança são construídos sobre uma base bastante instável.

Enquanto nos identificamos exclusivamente com o ego, como parâmetro para definir quem somos, corremos o risco de ver nosso eu ser fragilizado ao menor sinal de rejeição.

A única forma de evitar tal desastre é começar a perceber que nossa segurança interior emana de uma outra fonte. Ela se situa bem além do ego, no que denominamos a Divina Presença, o Self, ou Eu Superior.

Ali habita a consciência que nos permite enfrentar qualquer circunstância da vida sem duvidar por um instante sequer de nosso próprio poder. O poder, neste caso, não tem qualquer relação com o ego, por isso não traz a necessidade de nos sentirmos superiores a quem quer que seja para que possamos ser felizes.

Ao contrário, nosso verdadeiro poder se baseia na simples certeza de que somos uma expressão do divino, de que, através de nós, ele realizou mais uma vez seu impulso criador. Somos, portanto, parte indissociável do Todo, de tudo o que existe de manifesto no Universo.

Embora ainda necessitemos do ego para atuar no mundo da matéria, precisamos ter em mente que ele é apenas uma ferramenta que nos ajuda a concretizar a missão para a qual cada um de nós foi destinado.

Esta consciência nos permite olhar para a vida com uma nova visão, aceitando que tudo o que nos acontece constitui uma parte fundamental de nossa evolução.

"Relaxamento e paz
Sempre que você se lembrar, relaxe profundamente e tranqüilize-se sempre que possível, a cada dia. Sem qualquer ação de sua parte, após alguns dias você sentirá que a paz se estabeleceu. Ela o seguirá como uma sombra.

Há muitos níveis de serenidade. Há um que você pode produzir apenas ao senti-lo, apenas ao dar a si mesmo uma profunda sugestão de que você está sereno; essa é a primeira camada. A segunda camada é aquela da qual você subitamente fica consciente; você não a cria, mas a segunda acontece somente se a primeira estiver presente.

A segunda é a real, mas é a primeira que ajuda a criar o caminho para ela. A paz vem, mas, antes que ela venha, como um pré-requisito, você precisa criar uma paz mental à sua volta. A primeira paz será apenas mental; será como uma auto-hipnose, criada por você. Então, um dia, subitamente você perceberá que a segunda paz aflorou. Ela nada tem a ver com a sua ação ou com você. Na verdade, ela é mais profunda do que você. Ela vem do próprio âmago do seu ser, do ser desidentificado, do ser não dividido, do ser desconhecido.

Nós nos conhecemos somente na superfície. Um pequeno lugar é identificado como você, uma pequena onda recebe um nome, é rotulada como você. Justamente dentro dessa onda, no fundo, está o grande oceano. Assim, lembre-se sempre de criar paz em volta de tudo o que você estiver fazendo. Esse não é o objetivo, mas apenas o meio. Uma vez criada a paz, algo do além a preencherá. Ela não virá a partir de seu esforço." Osho, The Cypress in the Garden.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Mensageiro e Mensagem


“Don't confuse the message with the messenger, Phoebe. It's what you're always done. See, messengers make mistakes, they get lost, they run away, they even die. But the message, open your heart, it comes from life itself. Hear it.” Charmed Episódio HeartBreak City

Não confunda a mensagem com o mensageiro, Phoebe. É o que você sempre fez. Veja, mensageiros cometem erros, eles se perdem, eles fogem, e até morrem. Mas a mensagem, abra seu coração, vem da própria vida. Escute-a.

Foi nesta frase acima que me chamou muita atenção que eu começo o texto de hoje. A vida é como uma quase eterna viagem de trem. Embarcamos num trem, ônibus ou transporte coletivo e nele conhecemos pessoas. Algumas ficam em paradas antes, outras depois, umas se vão antes do que pensávamos, outras encontramos no meio do caminho e ficam até o final conosco. Essas pessoas, passageiros, como nós, tão humanos quanto. Eles trazem inúmeras mensagens e nos ajudam de inúmeras formas. São mensageiros. E como já é citado no texto, alguns erram, outros fogem, outros morrem, e tem aqueles que se perdem no meio da caminhada.
Mas, o que realmente importa não são os mensageiros e sim a mensagem que eles trazem. Porque, por mais que tenhamos apreço por eles, eles tem um diferente caminho a ser seguido. Podem, claro, ficar mais tempo conosco, mas um dia todos se vão. E nós somos, como andarilhos, fazemos amizade aqui, ali, mas sempre andamos com as próprias pernas, sozinhos. Seguindo o nosso caminho específico. E dentre tantas pessoas que cruzam nosso caminho algumas nos decepcionam, magoam e deixam certas marcas que são desafiadoras de seguir em frente com. Mas isso porque se foca muito no que o mensageiro fez ou faz e pouco na mensagem que ele deixa. Vivemos em comunidade para que através do outro possamos nos reconhecer. Possamos ver quem realmente somos. Possamos receber e deixar mensagens com quem convivemos. E quais são as mensagens que são recebidas? As deixadas não são nossas, pois somos instrumento do Universo, vivemos em cooperação com ele. Mas e quanto as recebidas? Interessante que no texto pode se perceber que o mensageiro pode cometer erros, mas a mensagem sempre saí impecável. Como um imperfeito que leva à perfeição. Talvez possa se pensar que mesmo com uma casca imperfeita, com atitudes contrárias, o resultado, a essência, a mensagem sempre saí digna, perfeita.
E o que chama mais atenção é o fato dessa mensagem ser sempre uma e única, ser sempre real: Amor. Mas devo antes de tudo alertar também para a perspectiva do receptor da mensagem. Será que se vê as imperfeições do mensageiro, deixando a mensagem de lado ou se reconhece que o mensageiro é humano e deixa seus defeitos de lado e se abre para a mensagem? Cada dia é uma escolha. Focar na mensagem ou no mensageiro, o que pode ser feito agora?