As experiências do passado já se foram e não há nada que possamos fazer em relação a isso, a não ser resignificá-las à luz de uma nova compreensão.
Como?
Trazendo para o Agora apenas as lições de crescimento que estas experiências nos proporcionaram. Portanto, o fato em si não muda, porém, muda o nosso entendimento em relação a ele.
Em geral, quando sentimos que erramos, ficamos nos punindo, onde a culpa mina as resistências psíquicas, com sentimentos de baixa auto-estima, decepção em relação a nós mesmos e uma sensação de profundo vazio interno. Neste momento são inevitáveis os questionamentos e o desejo de mudar. Mas, o que muda?
Muda quando percebemos que tudo o que temos nas mãos é a força e o poder do momento presente, o único momento que tem vida, pois o passado já foi e o futuro é uma incógnita. Portanto, é no presente que podemos reverter situações do passado, compreendendo que foram experiências que serviram para nos trazer mais maturidade e sabedoria.
Além disso é importante a compreensão de que o homem vive sua vida através de ciclos, assim como a natureza. A lua, as marés e a mulher, têm ciclos de 28 dias. Na natureza, as estações do ano, primavera, verão, outono e inverno, correspondem á infância, juventude, maturidade e velhice. Pequenos ciclos, são encontrados também dentro dos grandes ciclos, como momentos de depressão na juventude ou de grandes realizações na velhice, correspondendo a um inverno dentro do verão e um verão dentro do inverno, respectivamente.
Os finais de ciclo correspondem à morte e os inícios, ao renascimento. Morremos para o conforto do útero ao nascermos para uma vida mais ampla e repleta de estímulos, morremos para o aleitamento materno ao nascermos para uma alimentação mais variada em sabores e texturas, morremos para a condição infantil ao nascermos para a adolescência e a possibilidade de mais conhecimentos e descobertas, morremos para a adolescência ao nascermos para a vida adulta e produtiva e assim vai indefinidamente até a morte do corpo físico para o nascer em espírito.
E o que aprendemos com a compreensão dos ciclos, mortes e renascimento?
Que na vida situações acabam para dar lugar a outras experiências que podem ser vividas com mais maturidade e sabedoria. Nada acaba sem que se abra a possibilidade do novo.
Porém, à medida que construímos a personalidade, criamos um sistema de crenças através do contato com o mundo. Neste sentido, o comportamento do adulto reflete este sistema de crenças e o mundo nos devolve tudo aquilo em que acreditamos, pois de acordo com estas crenças, temos emoções e comportamentos correspondentes, criando-se uma freqüência vibratória que atrai experiências específicas de acordo com este campo. È a grande lei da sintonia. Algumas crenças mais comuns:
“nunca consigo fazer o que quero”
“a doença é comum na minha família”
“as pessoas só me magoam”
“nasci para sofrer”
Portanto, é preciso prestar atenção nos pensamentos para que possamos revertê-los. E só podemos estar atentos se estivermos de fato vivendo o momento presente. Todavia, quando não queremos mudar, quando preferimos ficar com nossas velhas dores e ilusões, sempre encontramos boas desculpas, como:
“mudar de assunto”;
“folhear uma revista”;
“chegar atrasado” ;
“desviar o olhar pela janela”.
O trabalho, portanto consiste em lapidar a personalidade, (através da mudança do sistema de crenças), criar uma nova concepção de vida (através da compreensão de seus ciclos), compreender que por mais difíceis sejam as situações que vivemos, sempre podemos viver outras com mais plenitude e realização; melhorar a auto-estima, procurando cuidar do ser de uma forma holística, atendendo as necessidades físicas (através de exercícios e boa alimentação), psíquicas (através da compreensão de si mesmo , trabalhando emoções e pensamentos) e espirituais (escolhendo a meditação a ligação com a fonte superior).
Porém, importante relembrar que mudanças se tornam possíveis quando estamos conectados com o Agora, com a natureza e os ciclos da vida, resignificando o passado e construindo um futuro que faça mais sentido.
Maria Célia D. Guilherme
Psicóloga Transpessoal, Palestrante e Coordenadora das Oficinas Terapêuticas Cuidar do Ser
domingo, 5 de dezembro de 2010
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